Plantio do milho avança pouco no RS e mais áreas sofrem com sintomas de déficit hídrico
Até esta quinta-feira (01), os produtores do Rio Grande do Sul já haviam semeado 84% dos 831.786 hectares estimados para a safra de milho verão 2022/23. Este patamar é inferior aos 88% registrados no mesmo período da temporada passada e aos 87% da média das últimas cinco safras.
Neste momento, 58% das lavouras semeadas estão em fases de germinação ou descanso vegetativo, 24% estão na fase de floração e 18% já avançaram para o enchimento de grãos.
“A semeadura evoluiu pouco, pois além da baixa umidade nos solos, os produtores dedicaram-se a mesma atividade na cultura de soja. As condições de tempo, inicialmente com precipitações, depois com dias ensolarados e temperaturas altas, aceleraram o crescimento das lavouras. No entanto, com a insuficiência nos volumes precipitados em algumas regiões, já há indícios de estresse térmico e hídrico, mas ainda sem causar grandes impactos no potencial produtivo da cultura”, relata a Emater/RS em seu mais recente Informativo Conjuntural.
Essa irregularidade e má distribuição das precipitações durante o mês de novembro geram preocupação no estado, uma vez que neste período as lavouras iniciaram o processo reprodutivo e, por consequência, demandam mais água para a formação de estruturas reprodutivas e reservas nos grãos.
"As lavouras não irrigadas apresentam aumento de sintomas de déficit hídrico, como enrolamento e descoloração de folhas da parte superior da planta e início de senescência de folhas basais. Nas lavouras em fecundação, já se observam pequenas falhas de polinização e formação de grãos, influenciando o potencial produtivo. Nas lavouras com sistema de irrigação, a situação da cultura é diferente, com plantas bem desenvolvidas, folhas normais, coloração verde-escuro e alto potencial produtivo, beneficiadas pela alta insolação", indica a publicação.
A expectativa da Emater ainda é atingir produtividade média de 7.337 quilos por hectare, o equivalente a 122,28 sacas por hectare.
Na visão da Aprosoja RS, a projeção inicial de produção de 6,1 milhões de toneladas de milho já está afetada e deverá ser entre 15 e 20% menor, justamente devido à falta de chuvas nesta fase de espigamento.