Alta do dólar nesta 2ªfeira dá melhores condições ao milho nos portos
A segunda-feira (24) chega ao final com os preços futuros do milho operando no campo misto da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 85,91 e R$ 94,54.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 85,91 com queda de 0,43%, o janeiro/23 valeu R$ 90,98 com baixa de 0,12%, o março/23 foi negociado por R$ 94,54 com ganho de 0,24% e o maio/23 teve valor de R$ 93,70 com alta de 0,20%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a alta do dólar ante ao real ajudou os preços do milho aqui no Brasil neste começo de semana.
“A moeda americana mais valorizada está pagando mais nos portos hoje. O mercado de porta na semana passada pagava entre R$ 88,00 e R$ 89,00 para o milho de novembro e hoje tem chances de R$ 90,00. O milho de dezembro e começo de janeiro pagava entre R$ 91,00 e R$ 91,50 na sexta-feira e hoje tem chances de R$ 93,00”, aponta.
Brandalizze ainda comenta que está é uma boa relação de troca para o produtor, que precisa ficar atento ao mercado. “Jajá vai entrar o pico americano de safra e vamos começar a perder o espaço”.
O Brasil exportou 5.092.994,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até este momento do mês de outubro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nestes 14 primeiros dias úteis do mês já ultrapassa em 183,4% o total de 1.797.038,3 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de outubro de 2021.
No mesmo período, o país importou 281.079,4 toneladas de milho. Isso significa que, nos 14 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 55,8% do total registrado em outubro de 2021 (503.000,1 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 20.077,1 toneladas contra 25.150 do mesmo mês do ano passado, redução de 20,2%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho subiu neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorizações em nenhuma das praças. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Pato Branco/PR, Brasília/DF, Maracaju/MS e Campo Grande/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com as exportações dando liquidez aos negócios o milho encerrou a última sexta-feira sendo comercializado na média de R$ 85,00/sc”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho estão firmes no mercado brasileiro.
Pesquisadores do Cepea indicam que “a sustentação vem das exportações aquecidas, da retração de parte dos vendedores e do fato de alguns compradores terem sinalizado interesse em recompor estoques. A demanda externa pelo cereal brasileiro segue aquecida, mesmo diante da melhora no ritmo da colheita dos Estados Unidos. Esses compradores estão atentos à redução de oferta na União Europeia e na China, que foram atingidas pela seca e registram problemas com a logística, e aos embarques por meio do Mar Negro, devido ao aumento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia”.
Além disso, a publicação relata que, “na Argentina, a falta de chuvas nas últimas semanas também pode reduzir o potencial produtivo das lavouras”.
Dados da Secex indicam que, apenas em nove dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 3,25 milhões de toneladas de milho, 81% a mais que em todo mês de outubro/21. “Caso o atual ritmo diário se mantenha até o final deste mês, as exportações podem superar as 7 milhões de toneladas, o que seria o maior volume de 2022”.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro operaram no campo negativo da Bolsa de Chicago (CBOT) ao longo de toda a segunda-feira.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,81 com desvalorização de 2,75 pontos, o março/23 valeu US$ 6,87 com queda de 2,75 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,87 com perda de 2,50 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,81 com baixa de 2,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (21), de 0,44% para o dezembro/22, de 0,43% para o março/23, de 0,29% para o maio/23 e de 0,29% para o julho/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho caíram em Chicago diante de preocupações com a fraca demanda ancorando os preços, à medida em que as safras recém-colhidas inundaram o mercado.
A publicação destaca que, o clima amplamente favorável em todo o Centro-Oeste permitiu que os agricultores continuassem a colher suas safras de milho e soja, e os suprimentos estão diminuindo à medida que a água baixa no rio Mississippi diminuiu os embarques para as instalações de exportação da Costa do Golfo.
“O mercado está focado em desacelerar as tendências de demanda por milho, soja e trigo. Estamos vendo pilhas e pilhas de milho e soja em todo o país e estamos tendo muita dificuldade em transportá-lo no rio Mississippi”, disse à Reuters, Brian Hoops, presidente da Midwest Market Solutions.