Milho: B3 acompanha o dólar e sente pressão de venda para acumular perdas semanais

Publicado em 21/10/2022 16:42
Chicago também fecha semana de baixas com influência da colheita nos EUA

A sexta-feira (21) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações acumularam reveses semanais e encerraram o dia flutuando na faixa entre R$ 86,28 e R$ 94,31. 

O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 86,28 com queda de 0,25%, o janeiro/23 valeu R$ 91,09 com perda de 0,45%, o março/23 foi negociado por R$ 94,31 com desvalorização de 0,49% e o maio/23 teve valor de R$ 93,51 com baixa de 0,28%. 

Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 1,48% para o dezembro/22, de 2,27% para o janeiro/23, de 2,06% para o março/23 e de 1,29% para o maio/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (14). 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações do milho no brasil fecham com média de R$ 1,00 a R$ 2,00 a menos do que os patamares da semana passada sentindo a pressão do dólar. 

“O dólar está mais frágil e hoje a gente vê os níveis recuando na B3 e também nos portos. Tem muito produto nos portos neste momento em que todo mundo quer vender porque ninguém quer ficar com grandes volumes na virada do ano”, pontua Brandalizze. 

Até aqui, as exportações brasileiras de milho seguem aquecidas e devem fechar o ciclo agrícola com 40 milhões de toneladas embarcadas. Essa demanda internacional pelo grão brasileiro é o que mais tem influenciado as cotações do cereal no país.  

Segundo o analista de grãos e proteínas animais da HedgePoint Global Markets, Pedro Schicchi, o brasil se aproveitou de fatores externos como a incerteza de produção e capacidade de exportação da Ucrânia e da redução de projeção da produção nos Estados Unidos e na Argentina.  

Na visão de Schicchi, esse cenário de aperto na oferta deve seguir presente, o que pode dar novas boas oportunidades de comercialização aos produtores brasileiros, inclusive com valorizações de preços até a chegada da segunda safra de 2023. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho ficou praticamente inalterado neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Amambai/MS. Já as valorizações apareceram somente nas praças de Eldorado/MS e Marechal Cândido Rondon/PR. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a saca de milho se sustenta nos R$ 85,00/sc no mercado físico de Campinas/SP com o teto da paridade de exportação”. 

Mercado Externo 

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou a sexta-feira praticamente estável para os preços internacionais do milho futuro, que acumularam recuos na somatória da semana. 

O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,84 com alta de 0,25 pontos, o março/23 valeu US$ 6,90 com elevação de 0,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,89 com queda de 0,25 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,83 com perda de 1,00 ponto. 

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (20), de 0,14% para o maio/23 e de 0,15% para o julho/23, além de estabilidade para o dezembro/22 e para o março/23. 

Já na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americanos acumularam desvalorizações de 0,73% para o dezembro/22, de 0,86% para o março/23, de 1,15% para o maio/23 e de 1,01% para o julho/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (14). 

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram ligeiramente devido a algumas vendas técnicas leves, em parte, devido à pressão sazonal da colheita. No entanto, a publicação destaca que a força das ações e o enfraquecimento do dólar americano mantiveram as perdas no mínimo. 

“As ações foram de baixa a acentuada, o dólar de alta a baixa e acho que isso estimulou algumas compras de grãos”, disse à Reuters Don Roose, presidente da US Commodities. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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