B3 acompanha o dólar e milho cai 1% nesta 4ªfeira se descolando de Chicago
A quarta-feira (10) chega ao final com os preços futuros do milho consolidando recuos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações ficaram no campo negativo ao longo de todo o pregão e finalizaram na faixa entre R$ 87,01 e R$ 93,65.
O vencimento setembro/22 era cotado à R$ 87,01 com desvalorização de 1,02%, o novembro/22 valia R$ 89,55 com baixa de 0,61%, o janeiro/23 era negociado por R$ 92,31 com perda de 0,64% e o março/23 tinha valor de R$ 93,65 com queda de 0,36%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 teve um dia negativo em função do dólar que registrou movimentações de baixas nesta quarta-feira.
“A B3 olha muito para isso e tem muito milho para ser negociado nos próximos dias. Há uma expectativa de oferta maior e, como o dólar está mais fraco, essas altas de Chicago não estão sendo absorvidas”, explica Brandalizze.
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Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma quarta-feira de maior cautela nos negócios. “O dólar recua frente ao real, o que impede uma melhor movimentação de negócios na exportação. Os produtores mantêm o movimento de retenção da oferta, acompanhando o quadro climático para as lavouras norte-americanas de milho, que segue complicado”.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, muitos produtores brasileiros ainda apostam na retenção de oferta aguardando pelas definições de produtividade da safra norte-americana, o que dá suporte aos preços internos.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um dia de valorização nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou quedas apenas no Porto de Santos, mas verificou elevações em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Dourados/MT, Eldorado/MS e Machado/MG.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho, a queda de braço teve leve vantagem para o lado comprador no dia de ontem, que conseguiu pressionar o preço da saca para próximo dos R$ 81,50 em Campinas/SP”.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta que, “as vendas de milho disponível continuam ocorrendo de forma pontual, apesar do avanço da colheita da segunda safra do cereal em todo o País. Muitos produtores estão capitalizados e com produto estocado”.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuros estenderam seus ganhos na Bolsa de Chicago (CBOT) e finalizaram o pregão acumulando novas movimentações em campo positivo.
O vencimento setembro/22 era cotado à US$ 6,21 com valorização de 5,75 pontos, o dezembro/22 valia US$ 6,18 com ganho de 4,50 pontos, o março/23 era negociado por US$ 6,25 com alta de 4,25 pontos e o maio/23 tinha valor de US$ 6,29 com elevação de 4,00 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira (10), de 0,98% para o setembro/22, de 0,65% para o dezembro/22, de 0,64% para o março/23 e de 0,64% para o maio/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho da Bolsa de Chicago subiram nesta quarta-feira, ampliando os ganhos registrados previamente, com o clima quente e seco em partes dos Estados Unidos e da Europa se mantendo atenção aos riscos de colheita.
Os comerciantes também ajustaram as posições antes do relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na sexta-feira. Espera-se que o governo reduza suas perspectivas para a produção de milho dos EUA para 14,392 bilhões de bushels de 14,505 bilhões de bushels, segundo uma pesquisa da Reuters com analistas.
“O clima no final de agosto ainda é uma grande preocupação e pode reduzir parte do potencial de rendimento dos EUA. Dados os problemas em várias áreas do país, o comércio está tentando determinar o quão baixo pode ser o rendimento dos EUA”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage.
A publicação destaca que, partes do Centro-Oeste receberam chuva nos últimos dias, mas o calor no lado oeste do cinturão agrícola deve continuar estressando as plantações. O Commodity Weather Group previu que as chuvas na próxima semana deixarão cerca de um quarto do milho e da soja sob estresse devido à seca.