Milho sente peso da colheita da safrinha e recua na B3 nesta sexta-feira

Publicado em 22/07/2022 16:31
Chicago olha para clima dos EUA e exportação do Mar Negro para despencar 6,6% na semana

A sexta-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho operando no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3) ao longo de todo o dia. As principais cotações encerram a semana flutuando na faixa entre R$ 83,09 e R$ 89,05. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 83,09 com queda de 0,68%, o novembro/22 valeu R$ 85,59 com perda de 0,70%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 88,05 com desvalorização de 0,82% e o março/23 teve valor de R$ 89,05 com baixa de 0,60%. 

Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam queda de 0,47% para o novembro/22 e de 0,61% para o março/23, além de ganhos de 0,65% para o setembro/22 e de 0,02% para o janeiro/23 com relação ao fechamento da última sexta-feira (15). 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira recuou diante do fator safra, com os embarques para julho já todos cobertos e até mesmo os embarques programados para agosto já todos cobertos. 

“É um jogo de queda de braço, a safra que está chegando com volume grande e o mercado internacional que hoje está negativo e o pessoal acaba não sendo estimulado a melhorar os níveis internos. É um momento de pouco interesse de compra”, pontua Brandalizze. 

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho voltou a apresentar quedas nas cotações ao longo da semana, com a entrada da safrinha mantendo a pressão sobre os preços e registrando uma significativa baixa nos valores do cereal em todas as regiões no mês de julho. 

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, essa pressão sazonal é natural diante de uma safrinha cheia. “À medida que a colheita avança os preços vão reagindo negativamente ao maior volume de milho que chega para a comercialização”. 

Para Molinari, o ritmo de baixas nos preços pode diminuir no curto a médio prazo, mas dificilmente o mercado vai reverter essa trajetória negativa pelo menos até outubro. Um bom volume de exportações, se mantido, pode limitar o impacto baixista da entrada da safrinha. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho, os compradores afastados dos negócios aguardam melhores oportunidades e a saca recua para próxima dos R$ 81,00 em Campinas/SP”.    

O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta ainda que, “a baixa liquidez foi a tônica desta semana no mercado interno de milho. Mesmo com o maior volume de cereal disponível da safra 2021/22, que está sendo colhida, a comercialização evoluiu pouco ao longo dos últimos dias”. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou uma semana bastante negativa acumulando mais recuos para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 5,64 com desvalorização de 11,50 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 5,64 com queda de 9,25 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 5,71 com baixa de 9,25 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 5,75 com perda de 9,25 pontos. 

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (21), de 1,91% para o setembro/22, de 1,57% para o dezembro/22, de 1,55% para o março/23 e de 1,54% para o maio/23. 

Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam desvalorizações de 6,62% para o setembro/22, de 6,47% para o dezembro/22, de 6,39% para o março/23 e de 6,20% para o maio/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (15). 

Segundo informações da Agência Reuters, o milho caiu cerca de 1% com as notícias após a Rússia e a Ucrânia assinarem um acordo histórico para reabrir os portos ucranianos do Mar Negro para exportações de grãos. 

A publicação ainda destaca que, o milho CBOT enfrentou pressão adicional da melhora do clima no meio-oeste dos Estados Unidos, o que deve reforçar as perspectivas de safra. 

“A chuva é esperada em todo o Cinturão do Milho na próxima semana, com as maiores quantidades esperadas nas porções sul e leste”, disse a empresa de tecnologia espacial Maxar em uma nota meteorológica diária.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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