Mesmo no pico da colheita, milho 22 volta a encostar nos R$ 90,00 na B3

Publicado em 18/07/2022 16:34
Chicago se sustenta no clima dos EUA, no dólar e no preço do petróleo nesta 2ªfeira

A segunda-feira (18) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando no campo positivo da Bolsa Brasileira (B3) e flutuando na faixa entre R$ 88,15 e R$ 92,55. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 88,15 com valorização de 2,51%, o novembro/22 valeu R$ 89,95 com alta de 2,18%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 91,70 com elevação de 2,34% e o março/23 teve valor de R$ 92,55 com ganho de 2,17%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira ajustou as posições nesta segunda-feira seguindo as movimentações de Chicago e isso melhorou também as condições para o mercado dos portos com relação à semana passada. 

“Hoje para exportar milho está na faixa de R$ 87,00 para agosto até R$ 92,00 no milho de dezembro. O mercado está um pouquinho melhor para o produtor mesmo já estando no pico da colheita. Temos 55% da safrinha colhida e continua dando sinais de que deve superar as 85 milhões de toneladas, com chance de chegar em 90 milhões se mantiver esses níveis de produtividade que estão aparecendo”, diz. 

Até este momento do mês de julho, o Brasil exportou 1.920.941,2 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).  

Sendo assim, o volume acumulado nos onze primeiros dias úteis do mês já representa 96,4% do total de 1.991.369 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de julho de 2021.      

No mesmo período, o Brasil importou 152.033,7 toneladas de milho. Isso significa que, nos 11 primeiros dias úteis do mês, o país já recebeu 5,3% a mais de tudo o que foi registrado na totalidade de julho de 2021 (144.316,6 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 13.821,2 toneladas contra 6.559,8 do mesmo mês do ano passado, aumento de 110,7%.

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana de altos e baixos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontru desvalorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Eldorado/MS e Amambai/MS.

Por outro lado, as valorizações apareceram em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Oeste da Bahia, Luís Eduardo Magalhães/BA e Porto de Santos/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a saca do milho em Campinas/SP encerra a semana estável nos R$82,50/sc com o mercado lento e sentindo o custo com o frete”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho iniciaram a semana passada em alta, mas voltaram a recuar no encerramento do período.  

Segundo pesquisadores do Cepea, no começo da semana, as cotações foram sustentadas pela alta nos valores externos, que, por sua vez, subiram diante de preocupações com o clima quente e seco nos Estados Unidos, que poderia atrapalhar o desenvolvimento das lavouras.  

“Já a divulgação de dados de oferta e demanda do Estados Unidos voltou a pressionar as cotações internacionais e, consequentemente, brasileiras. E as quedas internas acabaram sendo acentuadas pelo bom ritmo da colheita de segunda safra, que fez com que produtores estivessem mais flexíveis nas negociações, especialmente os do Centro-Oeste, onde as atividades estão mais intensas. Do lado dos consumidores, muitos se mostram abastecidos ou no aguardo de recebimento de lotes adquiridos antecipadamente. Diante disso, as negociações seguem limitadas no spot”.   

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também finalizou o primeiro pregão da semana acumulando movimentações altistas para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,12 com valorização de 8,00 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,10 com alta de 7,00 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,16 com elevação de 6,50 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,19 com ganho de 6,50 pontos. 

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (15), de 1,32% para o setembro/22, de 1,16% para o dezembro/22, de 0,98% para o março/23 e de 0,98% para o maio/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho dos Estados Unidos subiram nesta segunda-feira em resposta a preocupações com o clima quente potencialmente estressante no cinturão de safras do Centro-Oeste, juntamente com o sentimento de alta no petróleo bruto e um dólar mais fraco. 

“As energias estão mais altas, o dólar está mais baixo, os metais estão mais altos. Então você tem um mercado favorável às commodities hoje e respeito por algum calor chegando até nós”, disse Don Roose, presidente da US Commodities, com sede em Iowa. 

A publicação destaca queo clima estava no centro das atenções, pois a safra de milho dos EUA continuou a polinizar, uma fase chave para determinar os rendimentos. As chuvas de fim de semana impulsionaram as lavouras no centro-oeste oriental, mas a seca persiste nas áreas ocidentais, já que as previsões apontavam para o aumento das temperaturas. 

“Espera-se um clima mais quente e seco no Cinturão do Milho esta semana, o que aumentará a secura no Cinturão do Milho ocidental e levará a algum estresse nas lavouras”, disse a empresa de tecnologia espacial Maxar em uma nota meteorológica diária. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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