Milho fecha a 6ªfeira pouco negociado e B3 acumula perda na semana

Publicado em 15/07/2022 16:46
Chicago sobe no dia, mas tem desvalorização semanal

A sexta-feira (15) chega ao final com os preços futuros do milho flutuando em campo misto na Bolsa Brasileira (B3) e acumulando desvalorizações semanais. 

O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 82,55 com queda de 0,02%, o setembro/22 valeu R$ 85,99 com alta de 1,01%, o novembro/22 foi negociado por R$ 88,03 com ganho de 0,95% e o janeiro/23 teve valor de R$ 89,60 com elevação de 1,01%. 

Na comparação semanal, a cotação do cereal brasileiro acumulou perda de 0,13% para o julho/22, de 0,82% para o setembro/22, de 0,42% para o novembro/22 e de 0,16% para o janeiro/23. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, A B3 esteve acomodada nesta sexta-feira, como movimentações praticamente nulas e sem novidades. 

“O porto brasileiro está de R$ 88,00 a R$ 90,00 com indicativo de agosto à dezembro, mas bem abaixo dos interesses dos vendedores e com poucos negócios. Neste momento temos 45% do milho negociado, enquanto a média histórica da safrinha é 60% e neste período do ano passado eram 70%, então tem milho para negociar com a colheita acima de 50% no Brasil”, diz o analista. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve poucas movimentações. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorizações em nenhuma das praças pesquisadas. Já as desvalorizações apareceram em São Gabriel do Oeste/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o mercado doméstico registra poucas oscilações e negócios balizados pela paridade de exportação, mantendo a saca em Campinas no R$82,50/sc”. 

Enquanto isso, a colheita da segunda safra de milho no Brasil já atingiu 53,42% do total, conforme dados levantados pela Pátria Agronegócio. Esse volume é maior do que os 32,67% do ano passado, do que os 43,65% de 2020 e do que os 45,24% da média dos últimos cinco anos.

"A PÁTRIA tem recebido relatos de redução do interesse em acelerar com a colheita no atual momento pelas quedas nos preços do milho disponível no país. Produtores estão optando por reduzir o ritmo de trabalho de campo à fim de reduzir a umidade do grão em campo diante da falta de incentivos de preços. O movimento será monitorado nos próximos dias", aponta a consultoria.

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também se movimentou pouco nesta sexta-feira e os preços internacionais do milho futuro finalizaram o último pregão da semana operando em campo misto, com mais ganhos do que perdas. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,04 com baixa de 0,75 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,03 com valorização de 2,75 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,10 com alta de 2,00 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,13 com elevação de 1,50 pontos. 

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (15), de 0,33% para o dezembro/22, de 0,33% para o março/23 e de 0,33% para o maio/23, além de queda de 0,17% para o setembro/22. 

Já na comparação semanal, a cotação do cereal norte-americano acumulou desvalorização de 10,67% para o julho/22, de 4,58% para o setembro/22, de 3,21% para o dezembro/22, de 2,87% para o março/23 e de 2,85% para o maio/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho enfraqueceram depois de registrar ganhos em seis das sete sessões anteriores, mas as preocupações com o clima quente pressionando a safra dos Estados Unidos à medida que ela passa pela polinização limitaram os declínios. 

Brandalizze acrescenta que o milho em Chicago teve um final de semana tranquilo e esperando para ver como será o clima da próxima semana nos Estados Unidos. 

O analista de mercado do Futures Price Group, Jack Scoville, explica que o milho voltou a ser um mercado climático, pois as previsões quentes e secas estão no radar. “Os comerciantes ouviram falar de previsões quentes e secas para o Centro-Oeste ocidental e as Grandes Planícies nos últimos dias. Essas previsões quentes e secas estão chegando exatamente quando a polinização é esperada. Então os rendimentos podem ser cortados”, diz.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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