B3 tem segunda-feira de alta olhando Chicago e dólar
A segunda-feira (11) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando no campo positivo da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram mais de 1%e flutuaram na faixa entre R$ 82,90 e R$ 90,81.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 82,90 com alta de 0,29%, o setembro/22 valeu R$ 87,90 com elevação de 1,38%, o novembro/22 foi negociado por R$ 89,80 com valorização de 1,58% e o janeiro/23 teve valor de R$ 90,81 com ganho de 1,19%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os fatores que fizeram a Bolsa Brasileira subir nesta segunda-feira foram a alta de Chicago e a valorização do dólar ante ao real, com os portos brasileiros melhorando com relação à semana passada.
“O mercado vinha pressionado para baixo e hoje ficou mais calmo. O porto que vinha trabalhando com R$ 84,00, R$ 87,00 na semana passada, hoje está dando de R$ 87,00 a R$ 91,00 e isso cria um suporte no mercado doméstico que vinha em queda livre”, explica Brandalizze.
O Brasil começou o mês de julho exportando 953.345 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Sendo assim, o volume acumulado nos seis primeiros dias úteis do mês já representa 47,87% do total de 1.991.369 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de julho de 2021.
No mesmo período, o país importou 63.395,1 toneladas de milho, o que significa que, nos 6 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 43,92% mais de tudo o que foi registrado na totalidade de julho de 2021 (144.316,6 toneladas).
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um primeiro dia da semana altista. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, encontrou desvalorização apenas no Oeste da Bahia. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Machado/MG, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “enquanto a colheita avança, os compradores se mantêm cautelosos com compras pontuais e fortalecendo a queda da saca em Campinas/SP pra R$ 81,59”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, com o avanço da colheita na maior parte dos estados e diante de novas estimativas oficiais indicando oferta recorde na temporada 2021/22, os preços do milho seguem em queda.
“Inclusive, em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, os atuais valores são os menores desde o início do ano passado. Nem mesmo as exportações aquecidas ao longo de junho e as valorizações externas a partir de meados da semana foram suficientes para interromper o movimento de queda nas cotações domésticas”.
Pesquisadores do Cepea indicam que, à espera de novas desvalorizações, compradores diminuíram o ritmo de aquisição de novos lotes. “Esses agentes estão atentos à necessidade de vendas por parte de alguns agricultores, que começam a não ter espaços nos armazéns – muitos ainda detêm parte da soja. Assim, vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação, sobretudo os do Centro-Oeste".
Mercado Externo
O primeiro dia da semana também foi positivo para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT), que acumularam mais um pregão altista.
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,81 com ganho de 3,00 pontos, o setembro/22 valeu US$ 6,37 com elevação de 3,75 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 6,29 com valorização de 5,50 pontos e o março/23 teve valor de US$ 6,33 com alta de 4,75 pontos.
Esses índices representaram ganho, com relação ao fechamento da última sexta-feira (08), de 0,39% para o julho/22, de 0,63% para o setembro/22, de 0,96% para o dezembro/22 e de 0,80% para o março/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos subiram nesta segunda-feira com as previsões de condições quentes e secas em todo o cinturão agrícola do Centro-Oeste, bem como compras técnicas e posicionamento à frente do relatório mensal de demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de terça-feira.
“O milho e a soja estão tentando manter o relatório da safra amanhã, tentando corrigir algumas das condições tecnicamente de sobrevenda”, disse Don Roose, presidente da Commodities dos EUA.
Por outro lado, o mercado afrouxou das altas da noite, já que os modelos climáticos atualizados pareciam um pouco menos ameaçadores para as lavouras.
“O mercado ficou assustado da noite para o dia com aquela previsão de tempo quente e seco, com uma cúpula de calor chegando mais ao cinturão do milho. Mas os modelos não deram certo, então parte do prêmio de risco saiu”, pontua Roose.
A safra de milho está entrando em seu estágio crítico de desenvolvimento de polinização, de modo que o mercado é particularmente sensível às previsões que indicam calor e secura estressantes.