Milho cai mais de 3% na B3 em 3ªfeira negativa para os preços
A terça-feira (21) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando grandes revezes na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram até 3,45% e flutuaram na faixa entre R$ 89,00 e R$ 96,00.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 89,13 com perda de 2,94%, o setembro/22 valeu R$ 91,63 com desvalorização de 3,45%, o novembro/22 foi negociado por R$ 94,15 com queda de 3,14% e o janeiro/23 teve valor de R$ 96,71 com baixa de 3,10%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está entregando forte após andar perto dos R$ 100,00 na semana passada, assim como os portos também perdem fôlego.
“Com o câmbio acomodado, o milho que pagava mais de R$ 100,00 na semana passada para dezembro e janeiro hoje já paga menos”, destaca.
Brandalizze ainda ressalta que a colheita da segunda safra deve ganhar mais ritmo daqui para frente. “É muito milho chegando o mercado está vendo isso e a maior parte desse milho não está negociado”.
Nos 12 primeiros dias úteis de junho, o Brasil já exportou 431.393,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Sendo assim, o volume acumulado neste período já é 368% maior do que as 92.169,3 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de junho de 2021.
No mesmo período, o Brasil importou 67.389,5 toneladas de milho. sso significa que, nos 12 primeiros dias úteis do mês, o país já recebeu 57,7% de tudo o que foi registrado na totalidade de junho de 2021 (116.732 toneladas).
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O levantamento da SAFRAS & Mercado aponta que a colheita da safrinha 2022 de milho atingia 9,3% da área estimada de 14,689 milhões de hectares na sexta-feira (17). No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 0,8% da área cultivada de 14,402 milhões de hectares. A média de colheita dos últimos cinco anos para o período é de 1,3%.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um dia negativo neste segundo pregão da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Pato Branco/PR e Rio do Sul/SC. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “os preços do milho nos mercados doméstico e futuro registraram valorização impulsionados pelo dólar e pela demanda, ignorando o avanço da colheita”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registra movimentação limitada na comercialização, diante da queda do real frente ao dólar e em função do declínio dos preços internacionais do cereal. Os consumidores seguem no aguardo de maiores volumes de oferta da safrinha para avançar nas aquisições.
“Para o disponível, os consumidores sustentam a estratégia de realizar compras pontuais até a colheita avançar de maneira mais consistente”, comenta o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também tiveram uma terça-feira bastante negativa na Bolsa de Chicago (CBOT), retornando do feriado norte-americano na segunda-feira acumulando grandes recuos.
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,60 com baixa de 23,75 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,09 com perda de 28,50 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 7,01 com desvalorização de 29,50 pontos e o março/23 teve valor de US$ 7,06 com queda de 28,50 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (17), de 3,06% para o julho/22, de 3,80% para o setembro/22, de 4,10% para o dezembro/22 e de 3,95% para o março/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho caíram mais de 2%, já que as previsões meteorológicas para o final de junho e início de julho, um período importante de desenvolvimento de safras no Meio-Oeste dos Estados Unidos, ficaram mais frias.
A publicação destaca que, os comerciantes ignoraram uma onda de calor que desceu sobre o Centro-Oeste durante o fim de semana, pois acelerou o crescimento das lavouras que foram semeadas tardiamente.
“Muitos no comércio acreditam que temperaturas quentes nos estágios iniciais de desenvolvimento da planta podem ser benéficas e que um pouco de chuva junto com ela deve colocar a safra em ótima forma para fechar o mês”, Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage, disse em uma nota aos clientes.