B3 sente pressão dos números da Conab e milho recua nesta 4ªfeira

Publicado em 08/06/2022 16:38
Perspectiva de menos estoque nos EUA sustenta Chicago

A quarta-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho perdendo força e voltando a registrar movimentações baixistas na Bolsa Brasileira (B3), especialmente após a divulgação dos novos dados da Conab. 

O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 88,31 com queda de 0,21%, o setembro/22 valeu R$ 91,60 com perda de 0,97%, o novembro/22 foi negociado por R$ 92,80 com desvalorização de 1,07% e o janeiro/23 teve valor de R$ 95,42 com baixa de 0,86%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Conab aumento a estimativa da segunda safra brasileira de milho para 88 milhões de toneladas e isso pressionou a B3 para os contratos mais à frente. 

“A maior parte desse milho ainda não foi negociado, então tem muito milho para negociar da safra total brasileira de 115,8 milhões de toneladas. Isso dá uma condição de tranquilidade no abastecimento interno e calmaria para os consumidores”, diz.      

Leia mais:

+ Conab: Brasil caminha para colher safra recorde de grãos em 2021/22, superando 271 milhões de toneladas

Já no mercado físico brasileiro, os preços da saca de milho registraram mais altas do que baixas nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Brasília/DF. Já as valorizações apareceram em Cascavel/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS e Amambai/MS. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a sinalização de uma retomada da demanda às compras domésticas e exportação freiam o movimento de queda dos preços no mercado brasileiro, com a saca em Campinas/SP voltando aos R$85,50/sc”.   

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve um dia calmo nos negócios nesta quarta-feira, com a alta do dólar frente ao real e os ganhos na Bolsa de Mercadorias de Chicago trazendo sustentação aos preços nos portos. 

“Mesmo assim, não houve grande fluidez das negociações. Os consumidores sustentam a estratégia de realizar compras esporádicas para atuar de maneira mais arrojada após a entrada da safrinha”, aponta o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. 

Mercado Externo 

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) manteve a força ao longo de toda a quarta-feira e encerrou as atividades com movimentações altistas para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,64 com valorização de 7,50 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,27 com alta de 2,00 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 7,17 com elevações de 3,75 pontos e o março/23 teve valor de US$ 7,22 com ganho de 3,75 pontos. 

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última terça-feira (07), de 0,92% para o julho/22, de 0,28% para o setembro/22, de 0,42% para o dezembro/22 e de 0,42% para o março/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho subiram nesta quarta-feira em Chicago com o suporte da força no mercado à vista.

Brandalizze acrescenta ainda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vai atualizar seus dados de oferta e demanda e existe a expectativa do mercado para a confirmação de uma safra norte-americana de 366 milhões de toneladas, bem abaixo das 384 milhões do ano passado.  

“Uma safra menor de milho neste ano e estoques menores de milho também. A expectativa é para estoques abaixo das 34 milhões de toneladas e esse fator ajuda e continua essa pressão positivo no milho em Chicago”, explica. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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