Milho opera no vermelho tanto na B3, quanto em Chicago sentindo peso do financeiro
A segunda-feira (9) é de pressão intensa sobre os futuros do milho negociados tanto na B3, quanto na Bolsa de Chicago. Perto de 12h10 (horário de Brasília), as cotações na bolsa brasileira recuavam entre 0,6% e 1%, levando o julho a R$ 91,17 e o novembro a R$ 96,50 por saca. Os preços cediam expressivamente mesmo frente a uma alta do dólar frente ao real neste início de semana. A divisa, no mesmo momento, registrava um ganho de 1,19% para R$ 5,14.
Além da pressão vinda das baixas de mais de 1% observadas na CBOT, o mercado do cereal no Brasil também sente o peso das perspectivas de uma segunda safra maior do que a do ano passado, apesar das baixas de rendimento em alguns pontos importantes de produção no país, bem como do comportamento mais contido dos compradores neste momento, à espera da oferta da safrinha.
"O mercado do milho nesta nova semana deve seguir com pouca pressão dos grandes compradores do setor de ração, que devem continuar trabalhando com os estoques que tem nas mãos para liberar os armazéns e depois atuar na Safrinha via recebimento direto de produtores e assim lento no lado comprador", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Todavia, o consultor segue alertando para os bons preços do milho que têm se formado nos portos brasileiros. Parte do apoio vem do câmbio, mas também da demanda maior pelo grão nacional uma vez que a oferta da Ucrânia continua presa pela manutenção da guerra com a Rússia.
"Ou seja, o milho continua mostrando boas cotações em dólares, mas que podem começar a perder folego com o avanço do plantio da safra americana. Com isso, espera-se por mais uma semana de calmaria e poucos negócios", complementa Brandalizze.
BOLSA DE CHICAGO
O mercado do milho em Chicago veio intensificando suas perdas no pregão desta segunda-feira e, perto de 12h15 (Brasília), os futuros da commodity perdiam entre 9,25 e 12,25 pontos nos contratos mais negociados. O julho tinha US$ 7,72 e o setembro, US$ 7,26 por bushel.
De acordo com analistas internacionais, ao lado do forte sentimento de aversão ao risco que derruba todas as commodities neste começo de semana, o clima melhor esperado para o Corn Belt nos próximos dias também pressiona as cotações.
"O tempo seco está permitindo o avanço do plantio de milho e soja o que naturalmente ajuda a pressionar os mercados (...) O modelo GFS desta manhã (08), retirou as chuvas de praticamente todo MeioOeste, mais especificamente no Sul, sudeste, delta e nas planícies centrais", explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.