Milho volta a recuar na B3 e interior do Brasil sentindo proximidade da colheita e dólar em queda
Os futuros do milho negociados na B3, o mercado futuro brasileiro, voltaram a recuar e fecharam o pregão desta quarta-feira (4) no vermelho. As perdas entre as posições mais negociadas foram de 0,6% a 1,1%, levando o julho a R$ 92,75 e o setembro a R$ 94,15 por saca. Mais uma vez, parte da pressão veio do dólar, que voltou a recuar agressivamente nesta sessão.
A moeda americana sentiu a pressão, em especial no final do dia, do anúncio do Federal Reserve - o banco central norte-americano - de aumento de taxas de juros no país. A divisa terminou o dia valendo R$ 4,90, com uma baixa de 1,26%.
"O banco central dos Estados Unidos elevou, nesta quarta-feira, sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, o maior aumento em 22 anos, e disse que começará a reduzir sua carteira de títulos no próximo mês como mais um passo na batalha para reduzir a inflação.
O Federal Reserve estabeleceu a meta de sua taxa básica num intervalo entre 0,75% e 1% em uma decisão unânime, com a probabilidade de mais aumentos nos custos de empréstimos de magnitude talvez semelhante à frente", informou a agência de notícias Reuters.
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Assim, a maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas no mercado interno registraram baixas intensas. Em alguns locais, como é o caso de Cascavel, no Paraná, a perda foi de 3,7% para R$ 78,00 por saca.
"Cada dia que passa estamos mais próximos da colheita, que deve começar entre duas e três semanas. Há perdas grandes em uma faixa importante, mas ainda vamos ter uma grande safra de milho. Poderia ser uma safra muito maior, mas mesmo assim, como temos uma área recorde, teremos uma grande safra. E isso a B3 está mostrando, porque está perdendo fôlego, porque os grandes compradores estão acomodados. Mas, os indicativos continuam sendo bons nos portos", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
As referências nos portos têm variado de R$ 95,00 a R$ 99,00, dando boas oportunidades na exportação, com muitos compradores aparecendo, enquanto os vendedores ainda se mantêm retraídos.
No interior, porém, os preços ainda têm certa pressão e podem ser ainda mais pressionados, segundo Brandalizze, na medida em que a oferta da nova safra for chegando ao mercado brasileiro.
"A grande questão é que vamos colher a safra, consumir 40 milhões de toneladas no segundo semestre e, provavelmente, a safra deve passar de 80 milhões. Isso dá uma sobra de 40 milhões e disso algo perto de 35 milhões teria que ser exportado para não sobrar muito milho aqui na virada do ano. E esse é um fator que pesa", complementa o consultor.