Milho encerra 3ªfeira de estabilidade na B3 e volatilidade na CBOT

Publicado em 15/03/2022 16:42
Mercado brasileiro segue firme e Chicago pesa safra e clima x demanda

A terça-feira (15) chega ao final com os preços futuros do milho operando em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações permaneceram próximos da estabilidade ao longo de todo o dia.

O vencimento março/22 era cotado à R$ 103,88 com alta de 0,22%, o maio/22 valia R$ 103,90 com baixa de 0,66%, o julho/22 era negociado por R$ 99,17 com elevação de 0,06% e o setembro/22 tinha valor de R$ 99,00 com ganho de 0,25%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho segue firme e com mercado forte, mesmo diante das boas condições da safrinha brasileira.

“O milho FOB do Sul está em R$ 104,00 e com condições de fechar entre R$ 108,00 e R$ 110,00 para exportação no porto. Esse é um problema para o pessoal do suíno, por exemplo, o milho está muito valorizado porque o mercado mundial está pagando mais. Os prêmios estão muito fortes, eram entre 30 e 50 há um mês atras e agora está na faixa de 100 a 120, o que é um prêmio espetacular”, diz Brandalizze.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou mais altas do que baixas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Cascavel/PR, Dourados/MS e Amambai/MS. Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Castro/PR, Brasília/DF, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

A análise diária da Agrifatto Consultoria destaca que, “no mercado físico do milho vendedores seguram parte de seus lotes na expectativa de possíveis valorizações, o que ajuda a manter a saca no patamar de R$ 104,00 em Campinas/SP”.

De acordo com levantamento da SAFRAS & Mercado, a comercialização da safrinha 2022 de milho no Brasil atingiu 24,8% da produção prevista de 83,341 milhões de toneladas. Em março do ano passado a comercialização da safrinha 2021 estava mais avançada, atingindo 35,7%. A média de comercialização para o período nos últimos cinco anos é de 19,1%.

Olhando cada estado separadamente, os índices relatados são de 12,3% no Paraná, 6,1% em São Paulo, 26,6% em Mato Grosso do Sul, 21,8% em Goiás/Distrito Federal, 4,0% em Minas Gerais e 39,7% no Mato Grosso.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) começou a terça-feira recuando, mas finalizou o pregão com os preços internacionais do milho futuro operando em campo misto. 

O vencimento maio/22 era cotado à US$ 7,58 com ganho de 9,75 pontos, o julho/22 valia US$ 7,23 com alta de 4,75 pontos, o setembro/22 era negociado por US$ 6,70 com perda de 0,50 pontos e o dezembro/22 tinha valor de US$ 6,51 com queda de 1,25 pontos.

Esses índices representaram elevação, com relação ao fechamento da última segunda-feira (14), de 1,34% para o maio/22 e de 0,70% para o julho/22, estabilidade para o setembro/22 e baixa de 0,15% para o dezembro/22.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi negociado em ambos os lados, enquanto o comércio aguardava negociações entre Moscou e Kiev que poderiam progredir em direção a um cessar-fogo.

Vlamir Brandalizze analisa que, os vencimentos mais longes recuaram “porque de agosto pra frente já é safra norte-americana e o mercado já está mais acomodado”. Enquanto isso, os vencimentos mais curtos estão “mais pressionados pelo próprio trigo e pela demanda muito aquecida”.

A consultoria agrícola APJ-Inform disse que a Ucrânia pode não conseguir plantar 4,7 milhões de hectares nesta primavera, um declínio de 39%, devido à invasão militar da Rússia.

“Você pega dois dos maiores exportadores de milho e trigo do mundo e os coloca de lado, há muita incerteza lá fora”, disse Ed Duggan, especialista sênior em gerenciamento de risco da Top Third Ag Marketing.

O analista Tony Dreibus, do site internacional Successful Farming, aponta também que a perspectiva climática favorável para partes da América do Sul ajudou a pressionar os preços do milho em Chicago, já que a chuva no fim de semana em partes do Brasil aliviou o estresse de curto prazo em cerca de 10% a 15% da safrinha de milho safrinha.

“Aguaceiros prolongados esta semana e outra rodada em 11 a 15 dias limitam o risco de qualquer expansão do estresse do milho safrinha no Brasil”, relata o Commodity Weather Group. 

O site internacional Barchart destaca ainda que os números de exportação semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostraram que 1,145 milhões de toneladas de milho foram embarcadas na semana encerrada em 10 de março. Esse patamar é uma redução de 1,58 milhões de toneladas com relação à semana anterior, que registrou 2,27 milhões.

A China foi o principal destino com 29% do total, seguida pelo México e Colômbia com 27% e 10% respectivamente.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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