Milho cai 4,7% em Chicago nesta 2ªfeira com petróleo e possibilidade de cessar-fogo

Publicado em 14/03/2022 16:28
B3 fica em campo misto com mercado se estabilizando

A segunda-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho se mantendo em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações começaram a semana recuando nas primeiras posições e avançando nas demais.

O vencimento março/22 foi cotado à R$ 103,65 com elevação de 1,21%, o maio/22 valeu R$ 104,59 com alta de 0,18%, o julho/22 foi negociado por R$ 99,11 com queda de 0,25% e o setembro/22 teve valor de R$ 98,75 com perda de 0,41%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, começamos uma semana de estabilidade com flutuações pequenas para cima ou para baixo, mas sem grandes novidades. “O quadro não mostra muita mudança, a exportação hoje varia na faixa de R$ 107,00 para embarque curto no porto de Rio Grande e R$ 105,00 em Paranaguá, mas sem negócios novos”, diz.

Brandalizze ainda destaca que os movimentos de venda da safrinha 2022 ainda são pequenos e que os produtores podem acabar perdendo oportunidades. “Deveria fazer hedge para a safrinha. Hoje o mercado internacional cai bastante e se consolidar a calmaria na Ucrânia, automaticamente o mercado de Chicago pode recuar mais e o produtor perder de 7 à 10 reais por saca”.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou flutuações em campo misto neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Brasília/DF, Dourados/MS e Oeste da Bahia. Já as valorizações apareceram em Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e São Gabriel do Oeste/MS.

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho os preços seguem firmes sustentados na procura pelo cereal, levando a saca para R$ 103,50 em Campinas/SP”.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, com as demandas interna e externa aquecidas, as cotações do milho estão em alta no Brasil. 

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) subiu 5,52% de 4 a 11 de março, fechando a R$ 103,57/saca de 60 kg na sexta-feira, 11. Na parcial de março (de 25 de fevereiro a 11 de março), o avanço é de 6,4%. 

“Consumidores brasileiros têm necessidade de adquirir novos lotes, mas esbarram na retração de vendedores e/ou nos altos patamares de preços praticados no spot. Agora, demandantes estão ainda mais apreensivos, tendo em vista que a nova valorização dos combustíveis deve encarecer o frete e, consequentemente, os custos. Quanto à demanda internacional pelo milho brasileiro, tem sido intensificada diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tem resultado em mudanças em rotas de exportadores e em aumento da procura pelo cereal sul-americano”.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) despencou para os preços internacionais do milho futuro nesta segunda-feira.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 7,28 com desvalorização de 36,25 pontos, o maio/22 valeu US$ 7,48 com queda de 14,25 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 7,18 com perda de 10,25 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,70 com baixa de 6,25 pontos.

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (11), de 4,71% para o março/22, de 1,84% para o maio/22, de 1,37% para o julho/22 e de 1,03% para o setembro/22.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho de Chicago caiu nesta segunda-feira, pressionado pela incerteza na região do Mar Negro, já que as negociações de um cessar-fogo na Ucrânia podem abrir a região para as exportações, embora o progresso permaneça incerto.

A publicação destaca que, a Ucrânia disse nesta segunda-feira que iniciou negociações "duras" sobre um cessar-fogo, retirada imediata de tropas e garantias de segurança com a Rússia. Ambos os lados relataram progresso, embora os detalhes fossem escassos e a incerteza deixou os comerciantes de grãos incertos sobre a disponibilidade de suprimentos globais.

“Há muito nervosismo. Ninguém está muito confortável com suas posições”, disse John Zanker, analista de mercado da Risk Management Commodities.

Vlamir Brandalizze aponta ainda o papel das quedas registradas nos preços do petróleo como componentes que ajudaram nos recuos do milho em Chicago. Já que a baixa do petróleo puxa os preços do etanol, que refletem diretamente nos do milho.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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