Milho chega aos R$ 112,00 no porto de Paranaguá e fecha semana de valorizações
A sexta-feira (04) chega ao fim com os preços futuros do milho contabilizando novas flutuações positivas na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento março/22 foi cotado à R$ 102,40 com ganho de 1,80%, o maio/22 valeu R$ 104,38 com valorização de 2,76%, o julho/22 foi negociado por R$ 98,81 com elevação de 2,77% e o setembro/22 teve valor de R$ 97,93 com alta de 2,22%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam valorizações de 5,21% para o março/22, de 7,89% para o maio/22, de 8,40% para o julho/22 e de 7,54% para o setembro/22.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, esse é um bom momento para os preços de diferentes culturas, entre elas a do milho, que já começa a registrar boas movimentações para exportação no Brasil.
“Hoje tiveram negócios em Paranaguá a R$ 112,00 a saca, a maior cotação da história do milho em Paranaguá. Já temos 30 navios negociados para embarque curto com as cooperativas e cerealistas aproveitando para vender e os produtores recebendo acima dos R$ 100,00”, diz Brandalizze.
O consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, acredita em preços avançando em março, por conta da reativação das exportações do milho com as cotações internacionais elevadas. “Com pouca soja para embarcar em Paranaguá e Rio Grande, há espaço para as tradings ir para os embarques de milho, ou tentar, de acordo com a oferta”, comenta.
Já Roberto Carlos Rafael, analista da Germinar Corretora, destaca que o Brasil pode abocanhar uma fatia da demanda pelas 35 milhões de toneladas exportadas anualmente pelos ucranianos, que vai ter muitas dificuldades para implementar a próxima safra que seria plantada entre março e junho e escoar qualquer tipo de produção.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou grandes elevações neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorização em nenhuma das praças, mas identificou valorizações em Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, o “mercado doméstico inicia movimento de precaução frente ao risco do cenário internacional, levando a saca em Campinas/SP para R$98,00/sc”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou a semana contabilizando novas movimentações altistas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 7,56 com alta de 5,25 pontos, o maio/22 valeu US$ 7,54 com elevação de 6,50 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 7,21 com ganho de 17,75 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,61 com valorização de 29,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (03), de 0,67% para o março/22, de 0,94% para o maio/22, de 2,56% para o julho/22 e de 4,75% para o setembro/22.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam valorizações de 14,72% para o março/22, de 15,11% para o maio/22, de 11,96% para o julho/22 e de 11,28% para o setembro/22.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho de Chicago atingiu seu nível mais alto desde setembro de 2012, mas recuaram à medida que os comerciantes começaram a registrar lucros, conforme informado por corretores do mercado. Em 2012, o mercado atingiu um recorde de US$ 8,49 o bushel.
O site internacional Barchart também destaca que, antes do relatório WASDE de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de março, os analistas esperam ver um corte de 74 milhões de bushels para os estoques finais dos Estados Unidos, com muitos citando um aumento nas exportações devido ao conflito no Mar Negro.
Para a Germinar Corretora, o conflito entre Rússia e Ucrânia é o fator principal para sustentar as grandes valorizações registradas pelas cotações do milho nos últimos dias, se somando aos outros fundamentos altistas que já existiam como os baixos estoques mundiais e as quedas de produção da América do Sul.
De acordo com o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, a Rússia sendo grande exportadora de petróleo empurra os preços internacionais e isso impacta no etanol de milho dos Estados Unidos. Além disso, a Ucrânia responde por 20% da exportação mundial do cereal e vai ter muitas dificuldades para implementar a próxima safra que seria plantada entre março e junho.