Milho na B3 reflete lógica da safrinha e recua 3,6% na semana
A sexta-feira (18) chega ao final com os preços futuros do milho registrando poucas movimentações, com as principais cotações levemente positivas na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento março/22 foi cotado à R$ 96,80 com estabilidade, o maio/22 valeu R$ 94,10 com alta de 0,16%, o julho/22 foi negociado por R$ 88,93 com ganho de 0,57% e o setembro/22 teve valor de R$ 89,00 com elevação de 0,46%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 2,81% para o março/22, de 2,83% para o maio/22, de 3,65% para o julho/22 e de 2,95% para o setembro/22, em relação à última sexta-feira (11).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 segue a lógica do plantio da safrinha, que avança rápido, especialmente no Mato Grosso e em Goiás, e atrai os olhares dos investidores.
“Se conseguir plantar no mês de fevereiro vem uma safrinha cheia com mais de 80 milhões de toneladas. Por isso vemos a B3 no segundo semestre já abaixo dos R$ 90,00, que são os valores da exportação”, diz.
Brandalizze ainda acrescenta que, o mercado começa a perder um pouco de força porque, do lado do comprador ele olha que a partir do fim de maio as primeiras lavouras vão ser colhidas, depois de junho e julho será colheita geral da safrinha. “O primeiro semestre ainda continua mais apertado acima de R$ 90,00, mas o segundo semestre está mais calmo”.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também flutuou pouco neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Ponta Grossa/PR e encontrou valorizações apenas nas praças de Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Palma Sola/SC.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o mercado físico do milho patina com a baixa atividade das pontas negociadoras com a saca em Campinas/SP recuando ligeiramente para R$96,00/sc”.
A SAFRAS & Mercado destaca que, o mercado brasileiro de milho teve uma semana de quedas nas cotações em algumas regiões do país. “A oferta cresceu, reflexo da colheita da safra de verão, e da necessidade de caixa dos produtores, e os preços acabaram respondendo a esse movimento”.
O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, ressalta que algumas regiões, destacadamente São Paulo, tiveram incremento da oferta. “Os consumidores tentam aproveitar este momento, para exercer pressão sobre o mercado”.
Para o restante de fevereiro, a consultoria acredita que segue uma tendência de pressão de baixa. Adiante, para março, o mercado tende a uma maior firmeza e a avanços nas cotações.
Iglesias ressalta que o avanço da colheita da soja será um fator relevante nas próximas semanas, considerando o possível encarecimento do custo do frete. “Espera-se, como normalmente ocorre, que haja um foco maior na colheita, comercialização e transporte da soja. Assim, o milho acaba sendo deixado de lado, a oferta do cereal se reduz, e os preços tendem a reagir a isso”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) ganhou força ao longo do pregão e fechou o último dia da semana contabilizando movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,54 com valorização de 4,25 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,52 com alta de 3,50 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,47 com elevação de 2,00 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,08 com ganho de 1,00 ponto.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (17), de 0,62% para o março/22, de 0,46% para o maio/22, de 0,31% para o julho/22 e de 0,16% para o setembro/22.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam ganhos de 0,46% para o março/22, de 0,31% para o maio/22, de 0,31% para o julho/22 e de 0,16% para o setembro/22, em relação à última sexta-feira (11).
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho da Bolsa de Chicago subiram pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira devido a preocupações com as colheitas no Brasil e na Argentina limitando a produção.
“É realmente a deterioração da safra da América do Sul que está impulsionando a compra no mercado futuro e esperamos que isso se traduza em uma recuperação na demanda por soja dos EUA. A recente compra da China parece reforçar a preocupação com a oferta sul-americana”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage em Iowa. disse em uma nota aos clientes.
Além disso, os traders ouvidos pela Reuters também disseram que as commodities estão recebendo apoio extra, já que os investidores desfazem as posições vendidas antes de um fim de semana prolongado. Os mercados dos Estados Unidos estarão fechados na segunda-feira para o feriado do Dia dos Presidentes.