Milho recua na B3 em 3ªfeira de fazer lucros com mercado de olho na paridade de importação

Publicado em 01/02/2022 17:15
Chicago sobe 1,4% acompanhando a soja

A terça-feira (01) chega ao final com os preços futuros do milho levemente recuados na Bolsa Brasileira (B3), mantendo as principais cotações na faixa de flutuação entre R$ 90,00 e R$ 98,00 a saca.

O vencimento março/22 foi cotado à R$ 98,35 com queda de 0,42%, o maio/22 valeu R$ 96,38 com desvalorização de 0,54%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,20 com alta de 0,10% e o setembro/22 teve valor de R$ 90,00 com perda de 0,03%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro está fazendo margens operacionais de lucro após chegar perto do topo para os preços.

“É difícil ir mais para frente devido a crise vivida pelo setor de ração. Hoje o mercado gaúcho fala em R$ 103, 00 a saca e o milho mais barato do Brasil está no Mato Grosso entre R$ 70,00 e R$ 80,00 a saca”, diz.

Brandalizze ainda ressalta que, diante deste cenário, o mercado começa a especular a possibilidade de importar milho, que hoje chegaria entre R$ 100,00 e R$ 110,00 a saca. “O mercado brasileiro entre R$ 100,00 e R$ 103,00 no FOB que está hoje já dá liquidez para importação e a B3 está liquidando isso juntamente com o dólar em queda que tira interesse de exportação”, alerta.

O Brasil fechou o mês de janeiro com exportação de 2.822.658,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).  

Isso representa um aumento de 1.078.615,4 toneladas ao longo da última semana. Sendo assim, o volume acumulado nestes 21 dias úteis do mês corresponde à um aumento de 20,3% com relação as 2.346.303,5 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de janeiro de 2021.

No mesmo período, o país importou 162.588,6 toneladas de milho, apenas 58,6% do que foi registrado em janeiro de 2021 (277.436,2 toneladas). Por outro lado, os preços dispensados por tonelada importada, subiram 41,54% saindo de US$ 167,00 para US$ 236,40.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste segundo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Dourados/MS, Amambai/MS e Campinas/SP. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS, Oeste da Bahia e Cândido Mota/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) teve uma terça-feira positiva para os preços internacionais do milho futuro que subiram ultrapassando a marca dos US$ 6,34 o bushel para o primeiro contrato ativo.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,34 com elevação de 8,75 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,33 com valorização de 9,25 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,28 com ganho de 8,75 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 5,90 com alta de 5,25 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (31), de 1,28% para o março/22, de 1,44% para o maio/22, de 1,45% para o julho/22 e de 0,85% para o setembro/22.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho seguiram a valorização da soja, que atingiu uma alta de sete meses por temores de que uma colheita brasileira menor do que o esperado aperte os estoques globais de soja e direcione a demanda de exportação para a oferta dos Estados Unidos.

A publicação ainda destaca que, os grãos também receberam apoio de riscos geopolíticos para suprimentos dos exportadores do Mar Negro, Rússia e Ucrânia.

“Traders continuam monitorando a tensão política entre a Rússia e a Ucrânia, ambos grandes exportadores de trigo, enquanto a Ucrânia também é um importante fornecedor global de milho. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente na terça-feira de ignorar as preocupações de segurança da Rússia e de criar deliberadamente um cenário projetado para atraí-lo para a guerra”, destaca Gus Trompiz da Reuters Chicago.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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