Milho recua na B3 em 4ªfeira de correções técnicas

Publicado em 26/01/2022 16:35
Chicago ganha força com petróleo e volta a subir

A quarta-feira (26) chega ao término com os preços futuros do milho se mantendo levemente negativos ao longo de todo o pregão na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento março/22 foi cotado à R$ 99,50 com desvalorização de 1,07%, o maio/22 valeu R$ 97,80 com perda de 0,71%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,52 com baixa de 0,09% e o setembro/22 teve valor de R$ 90,56 com queda de 0,17%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 apresentou correções técnicas nesta quarta-feira, com leves recuos uma vez que o dólar em baixa diminui um pouco os preços de importação acaba trazendo um novo limite aos preços.

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou elevações nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Ponta Grossa/PR e Porto de Santos/SP. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Oeste da Bahia, Cândido Mota/SP e Itapetininga/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os últimos dias foram de calmaria no mercado físico do milho em São Paulo. Por outro lado, gradativamente, temos observado aumento das ofertas do cereal no mercado físico em Goiás e Paraná, na medida em que a colheita da soja avança com mais vigor”.

Para o consultor de grãos e projetos da Agrifatto, Stefan Podsclan, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são grandes consumidores de milho para suas cadeias de proteínas animais e terão que suprir parte do déficit gerado pelas perdas da primeira safra com grãos vindos de outros estados, que tiveram desempenho melhor na safra verão e de um restante de importações que ainda estão para chegar aos portos brasileiros.

O consultor destaca que os produtores de aves e suínos, por exemplo, já estão com as margens apertadas e essa busca por grãos deverá levar em conta a paridade de importação e os custos internos, podendo resultado em remanejamento de animais e uma possível redução de demanda.

Diante deste cenário, a Agrifatto projeta que os preços do milho fiquem em patamares entre R$ 90,00 e R$ 95,00, pelo menos, até meados de abril, quando nos aproximaremos da segunda safra do cereal.

A Bolsa Brasileira (B3) já mostra cotações do segundo semestre de 2022 acima dos R$ 90,00, o que segundo Podsclan, reflete não só esse cenário de menos oferta interna, mas também a alta de preços internacionais com demanda elevada nos Estados Unidos, concorrência com o trigo para alimentação animal e as tensões entre Rússia e Ucrânia.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) até começou a quarta-feira recuando em uma manhã de vendas técnicas e correções, mas recuperou a força e voltou a subir para os preços internacionais do milho futuro.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,27 com valorização de 7,00 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,25 com alta de 6,50 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,19 com ganho de 5,00 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 5,85 com elevação de 3,00 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira (25), de 1,13% para o março/22, de 1,13% para o maio/22, de 0,81% para o julho/22 e de 0,52% para o setembro/22.

Segundo informações do site internacional do Price Futures Group, o milho voltou as altas com as tensões sobre a Ucrânia aumentando novamente. Os Estados Unidos e a Europa Ocidental estão em desacordo com os russos, já que a Rússia parece prestes a invadir a Ucrânia.

“O mercado se preocupa com a guerra e interrompeu os embarques de milho da Ucrânia e da Rússia. No mínimo, o aumento das sanções e a redução das exportações agrícolas e de energia são esperados se a Rússia continuar causando problemas”, aponta o analista de mercado Jack Scoville.

A Agência Reuters destaca também que os preços do petróleo bruto atingiram seu maior nível desde 2014 na quarta-feira, dando suporte ao milho e à soja, ambas as principais matérias-primas para a fabricação de biocombustíveis.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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