Milho recua na B3 e aprofunda diferenças entre 1ª e 2ª safra nesta 4ªfeira
A quarta-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho perdendo força ao longo do dia na Bolsa Brasileira (B3) e as principais cotações fechando o pregão flutuando entre R$ 84,00 e R$ 94,00.
O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 93,25 com desvalorização de 1,32%, o março/22 valeu R$ 94,90 com baixa de 0,18%, o maio/22 foi negociado por R$ 88,90 com perda de 0,58% e o julho/22 teve valor de R$ 84,67 com queda de 0,39%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a diferença entre a safra de verão, que sofre com a seca e tem perdas muito grandes, e a oferta da safrinha, que deve ter recorde de área plantada no período ideal, gera o diferencial de quase R$ 10,00 entre as cotações de março/22 e julho/22.
“A safra atual tem perdas gigantescas por causa da seca que pegou Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, destaca Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registraram poucas movimentações nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, encontrou valorização apenas no Oeste da Bahia. Já as desvalorizações apareceram em Londrina/PR, Palma Sola/SC e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho está mais travado nos últimos dias. O dólar em alta e as chuvas abaixo do esperado no Rio Grande do Sul trouxeram alguma cautela das vendas por parte dos produtores. Por outro lado, os grandes consumidores já estão bem estocados para as próximas semanas”.
A análise da Agrifatto Consultoria também destaca que “o mercado do milho segue de olho nas condições climáticas no Rio Grande do Sul, que já acumula perdas em suas lavouras, pressionando os preços praticados no país”.
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o preço da saca de milho subiu 0,54% entre os dias 29 de novembro e 06 de dezembro ficando cotado à R$ 72,75. “O comportamento das cotações regionais acompanharam o movimento de alta dos preços no mercado externo e foram potencializadas pela valorização na taxa de câmbio”, explica a Famasul.
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Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia de cotações oscilando entre altas e baixas e encerrando a quarta-feira próxima da estabilidade para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,84 com queda de 1,50 pontos, o março/22 valeu US$ 5,87 com alta de 1,25 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,89 com elevação de 0,50 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,88 com elevação de 0,25 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última terça-feira (07), de 0,17% para o março/22 e para o maio/22, recuo de 0,34% para o dezembro/21 e estabilidade para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho tentaram se firmar, recuperando-se da fraqueza noturna depois que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou novos acordos de exportação para as commodities.
Exportadores privados relataram vendas de 1.844 milhões de toneladas de milho para o México. Porém, “o impacto do acordo com o México foi limitado, já que o maior comprador de milho dos EUA normalmente faz uma grande compra de milho dos EUA em dezembro”, destaca Mark Weinraub, da Reuters Chicago.
A publicação ainda destaca que, o mercado de milho também está avaliando o anúncio feito na terça-feira pelo governo dos EUA de planos para reduzir a quantidade de biocombustíveis que os refinadores de petróleo são obrigados a misturar.