B3 sente aumento da oferta de milho no mercado interno e cai nesta 5ªfeira

Publicado em 16/09/2021 16:54
Chicago também recua para os futuros

A quinta-feira (16) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando perdas na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 93,05 com desvalorização de 1,27%, o janeiro/22 valeu R$ 94,18 com baixa de 1,20%, o março/22 foi negociado por R$ 94,05 com queda de 1,18% e o maio/22 teve valor de R$ 89,69 com perda de 0,62%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, todo o milho brasileiro está sendo destinado para o mercado interno e isso ajuda a pressionar as cotações.

“Nós tivemos uma safra bastante prejudicada colhendo 60 milhões de toneladas quando o potencial era 90 milhões e a maior parte do setor apostava que o setor ia disparar. Mas os valores de R$ 100,00 e R$ 110,00 são inviáveis ao setor do frango e suíno. Como não fizemos novas vendas de exportação e até algumas fechadas não estão embarcado, o mercado interno está em queda”, explica Brandalizze.

O plantio da safar de verão de milho 2021/22 avança pelo Brasil e vai encontrando boas condições de clima para se desenvolver até o momento. Diante desse cenário e da perspectiva de crescimento na área cultivada, a produção final também deverá ser maior. 

Segundo o presidente da Abramilho, Cesário Ramalho, a projeção deste ano é recuperar as 5 milhões de toneladas perdidas no ciclo 20/21 e aumentar mais 2 milhões no total, finalizando com 32 milhões de toneladas. 

No mercado físico brasileiro, a saca do milho encerrou a quinta-feira levemente mais alta. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas no Oeste da Bahia. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS, Amambai/MS e Itapetininga/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações no mercado físico do milho tem tido pouca alteração nos últimos dias. Os negócios estão travados no Brasil Central, já que o produtor está capitalizado e o consumidor tenta comprar o mínimo possível neste momento”.

A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “o mercado físico do milho continua com um baixo volume de negociações devido aos grandes compradores ainda se encontrarem abastecidos e a melhora da atratividade do milho brasileiro no cenário internacional, com isso o cereal é negociado na casa dos R$ 94,00/sc”.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro também finalizaram a quinta-feira recuando na Bolsa de Chicago (CBOT).

O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,29 com desvalorização de 4,00 pontos, o março/22 valeu US$ 5,36 com perda de 4,00 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,41 com baixa de 3,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,39 com baixa de 3,75 pontos.

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quarta-feira (15), de 0,75% para o dezembro/21, de 0,74% para o março/22, de 0,55% para o maio/22 e de 0,74% para o julho/22.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho pouco mudaram depois de ultrapassar as máximas de duas semanas. “Os comerciantes estavam monitorando os primeiros relatórios de produção de milho dos EUA”, disse Tom Polansek da Reuters Chicago.

Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que os EUA venderam 246,6 mil toneladas de milho, contra expectativas do mercado de 500 mil a 1 milhão de toneladas. 

Já na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) divulgou seu informe semanal trazendo as primeiras perspectivas para a safra de milho argentina 2021/22.

Os dados levantados pelos técnicos da BCBA apontam que nesta temporada devem ser semeados 7,1 milhões de hectares, superando em 500 mil hectares plantados na temporada anterior, que já havia registrado a maior área dos últimos 20 anos.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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