Milho fecha 4ªfeira em baixa na B3 e vai “se acomodando em patamares um pouco mais justos para o consumidor”, diz Brandalizze

Publicado em 01/09/2021 16:37 e atualizado em 01/09/2021 17:46
Chicago registra mais um dia de grandes perdas com dez/21 na maior baixa em 7 semanas

A desvalorização esteve presente durante toda a quarta-feira (01) para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 90,48 com desvalorização de 1,17%, o novembro/21 valeu R$ 90,85 com baixa de 0,84%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 93,10 com queda de 0,97% e o março/22 teve valor de R$ 93,24 com perda de 0,81%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho já esteve em suas maiores cotações da história aqui no brasil, ultrapassando os R$ 110,00 em alguns locais para os consumidores e, agora, vai se acomodando em patamares um pouco mais justos para o consumidor.

“O que a gente mais viu nesses últimos meses foram reclamações gerais nos setores de suínos, frango e leite, que o custo de produção de ração tinha subido muito. Agora, o pessoal buscou alternativas como o trigo para ração e o milho de outras originações, e a colheita avançou com o produtor precisando vender”, diz.

Brandalizze destaca ainda que, esta semana está sendo mais ofertada do que compradora, o que vai empurrando a B3 para a casa dos R$ 90,00, podendo cair ainda abaixo desse nível.

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços relatou que o Brasil exportou um total de 4.349.451,2 toneladas neste mês de agosto. 

Este volume representa acréscimo de 119,29% do total alcançado durante o mês de julho de 2021 (1.983.371). Por outro lado, ficou atrás das 6.243.786,6 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de agosto 2020, 69,66% a menos.

Já do lado das importações, agosto 2021 acumulou 145.714,4 toneladas de milho não moído, exceto milho doce desembarcadas, de acordo com a Secex. Sendo assim, o país ultrapassou em 109,29% o total registrado em agosto de 2020 (69.620 toneladas).

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Os preços do milho no mercado físico brasileiro também recuaram nesta quarta-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ponta Grossa/PR, Londrina/PR, Castro/PR, Pato Branco/PR, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Jataí/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Cândido Mota/SP e Campinas/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “o mercado físico do milho seguiu em queda desde o início desta semana. Além do dólar mais fraco, houve evolução da colheita da safrinha em todo Brasil Central, o que tem inibido a atividade do comprador nos últimos dias”.

A análise da Agrifatto Consultoria aponta também que, “a colheita do cereal no Brasil supera 87% de acordo com o relatório de progresso de safra da CONAB e encaminha reta final, assim os preços do cereal em Campinas/SP se mantém em R$ 96,00/sc diante da melhora da fluidez nos negócios”.

Em Goiás, por exemplo, o preço médio do milho continua registrando queda semanal de acordo com o Boletim Semanal de Mercado do Milho, divulgado pelo Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás), valendo, em média, R$ 83,49 com baixa de R$ 1,24 com relação à semana anterior.

No Mato Grosso do Sul, a saca do milho apresentou desvalorização de 4,13% entre 23 e 30 de agosto de 2021, encerrando o período negociado a R$ 87,00, diz a Famasul. Enquanto isso, a colheita no estado já avançou para 70%.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também finalizou a quarta-feira negativa acumulando novas, e grandes, perdas para as principais cotações dos preços internacionais do milho futuro.

O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,15 com desvalorização de 18,50 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,22 com perda de 11,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,31 com queda de 11,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,37 com baixa de 10,50 pontos.

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira (31), de 3,56% para o setembro/21, de 2,25% para o dezembro/21, de 2,03% para o março/22 e de 1,83% para o maio/22.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram na quarta-feira, com o contrato de referência de dezembro atingindo uma baixa de sete semanas, já que as preocupações com atrasos nos embarques da Costa do Golfo dos EUA desencadearam uma longa liquidação.

“Os traders continuaram a avaliar os danos em torno dos terminais de exportação da Costa do Golfo dos EUA após o furacão Ida. A tempestade danificou dois elevadores de exportação de grãos pertencentes à trader global de grãos Cargill Inc, na Louisiana, e a transportadora rival CHS Inc alertou na segunda-feira que sua instalação de grãos pode ficar sem energia por semanas depois que a tempestade atingiu o mais movimentado porto de grãos dos Estados Unidos”, relata Julie Ingwersen, da Reuters Chicago.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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