Milho: Semana começa com mercado ofertado e B3 recua para R$ 92,00
A Bolsa Brasileira (B3) encerrou as atividades do primeiro dia da semana contabilizando perdas para os preços futuros do milho, que recuaram para a casa dos R$ 93,00 nesta segunda-feira (30).
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 93,10 com baixa de 2,14%, o novembro/21 valeu R$ 92,81 com perda de 2,49%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 94,80 com queda de 2,22% e o março/22 teve valor de R$ 95,21 com desvalorização de 2,28%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os produtores estão liquidando contratos, preferindo vender milho do que soja neste momento.
“Aquele produtor que tem soja estocada prefere deixar para o ano que vem e o mercado de milho começa a semana mais ofertado, com os grandes compradores ainda retraídos e esperando novos volumes de milho importado que devem chegar neste começo de setembro”, relata Brandalizze.
O analista ressalta que, apesar da percepção de não vai faltar milho no brasil, isso não quer dizer que o mercado do milho vá despencar e os demandantes vão comprar milho barato.
No mercado físico brasileiro, os preços do cereal também recuaram, em sua maioria, neste início de semana. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Jataí/GO e Rio Verde/GO.
Já as desvalorizações apareceram em Pato Branco/PR, Rio do Sul/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Amambai/MS, Campinas/SP e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o avanço da colheita da segunda safra do Brasil “tem trazido mais produtores para a fixação nas regiões e mantido o consumidor cada vez mais cauteloso em formar estoques”.
A análise da Agrifatto Consultoria também ressalta que, neste momento, existe uma menor movimentação do mercado brasileiro.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que “os preços do milho estão em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, devido à retração de compradores, que estão à espera de novas desvalorizações”, diz a publicação.
Entre 20 e 27 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 3%, fechando a R$ 95,84/saca de 60 kg na sexta-feira, 27. “Do lado vendedor, com a colheita avançando e o crescimento da oferta do cereal no spot brasileiro, alguns estão mais flexíveis nos preços, para aproveitar negociar nos atuais patamares e também “fazer caixa” para quitar dívidas de custeio”, explica o Cepea.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também despencou nesta segunda-feira para os preços internacionais do milho futuro, voltando a recuar após quatro pregões de alta seguidos na última semana.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,40 com desvalorização de 17,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,42 com perda de 11,00 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,50 com baixa de 9,50 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,55 com queda de 8,75 pontos.
Esses índices representaram, desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (27), de 3,23% para o setembro/21, de 1,99% para o dezembro/21, de 1,79% para o março/22 e de 1,60% para o maio/22.
Segundo informação da Agência Reuters, os futuros de grãos caíram na segunda-feira, após chuvas favoráveis no fim de semana no cinturão agrícola dos Estados Unidos e sob as expectativas de que as colheitas de outono que se aproximam aumentem a oferta.
Corretores ouvidos pela Reuters, disseram que as chuvas em Iowa e Minnesota beneficiaram as safras, depois que a seca ameaçou campos em partes do meio-oeste no início deste verão.
“O debate continua: o quanto aquela chuva nos ajudou? O palpite de hoje é que ajudou" disse Don Roose, presidente da corretora US Commodities, sediada em Iowa.
“Embora as chuvas estejam atrasadas para o milho dos EUA, a maior parte do centro-oeste norte/centro está recebendo uma boa quantidade. As temperaturas devem permanecer normais, o que é uma notícia positiva para as safras americanas”, disse Matt Ammermann, gerente de risco de commodities da StoneX.