Milho: mercado mais vendedor do que comprador derruba B3 para R$ 95,00 nesta 4ªfeira
O movimento de baixas seguiu presente na Bolsa Brasileira (B3) para os preços futuros do milho nesta quarta-feira (04), estendendo as perdas registradas nos últimos cinco pregões e voltando a casa dos R$ 95,00 a saca.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 95,40 com perda de 1,37%, o novembro/21 valeu R$ 96,13 com baixa de 1,15%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 97,30 com queda de 1,37% e o março/22 teve valor de R$ 96,85 com desvalorização de 1,42%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está em baixa com o mercado ainda pressionado pelo avanço de 60% da segunda safra colhida no Brasil e ritmo crescendo no Paraná e São Paulo.
“Os produtores estão colhendo e começaram a vender. Com mais pressão de venda, o mercado acomodou um pouquinho, mas os grandes compradores seguem em busca de milho importado”, pontua.
Brandalizze destaca ainda que não existem novos negócios saindo dos portos, então todos os volumes disponíveis acabam sendo destinados ao mercado interno. “Por enquanto não falta e milho e temos mais vendedores do que compradores”, diz.
Ainda nesta quarta-feira, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) estimou que o Brasil deve encerrar 2021 exportando 17 milhões de toneladas de milho, volume apenas metade das 34 milhões registradas em 2020.
Mercado Físico
Não houve muitas movimentações para os preços do milho no mercado interno brasileiro nesta quarta-feira, mas as flutuações que apareceram estiveram em campo misto. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Brasília/DF, Dourados/MS e Campinas/SP, enquanto as valorizações apareceram em Palma Sola/SC, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, as poucas movimentações no mercado do cereal sustentam os preços no nível de R$ 101,00 a saca em Campinas/SP, com poucas ofertas e baixo interesse dos compradores.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta que “o fato de as tradings estarem revertendo parte dos contratos para o mercado interno e a queda do dólar tem deixado o comprador do milho nas praças paulistas mais retraído. Com a colheita avançando em grande parte do Brasil Central, o clima local já não está no foco dos participantes do mercado”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) até começou o dia subindo, mas perdeu força e encerrou a quarta-feira acumulando novos recuos para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,45 com queda de 4,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,46 com baixa de 5,00 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,55 com desvalorização de 5,25 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,60 com perda de 5,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última terça-feira (03), de 0,91% para o setembro/21, de 0,91% para o dezembro/21, de 0,89% para o março/22 e de 0,88% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho caíram na quarta-feira, acompanhando as quedas nos mercados externos de energia, uma vez que os crescentes casos de coronavírus variante Delta levantaram preocupações sobre um retorno às restrições que poderiam limitar a demanda e superou as recentes preocupações climáticas para as safras dos Estados Unidos.
“Vimos uma reversão no que estava conduzindo a conversa. O aumento da variante Delta nas duas maiores economias do mundo faz com que o clima pareça muito menos importante”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.
A publicação ainda ressalta que, os preços do petróleo caíram para uma baixa de duas semanas depois que a Administração de Informação de Energia dos EUA relatou um aumento nos estoques de petróleo para a semana encerrada em 30 de julho, puxando o complexo de grãos para baixo.