Milho: B3 segue pressionada e volta a fechar dia em queda
Após abrir a terça-feira (03) tentando voltar a subir na Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros do milho voltaram a perder força e encerram o dia operando em campo negativo.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 96,73 com desvalorização de 2,10%, o novembro/21 valeu R$ 97,25 com perda de 1,96%, o março/22 foi negociado por R$ 98,65 com baixa de 1,10% e o maio/22 teve valor de R$ 98,25 com queda de 1,80%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 continua pressionada para baixo porque estamos entrando no pico da colheita em muitos estados e não existem novos negócios para a exportação.
“Vai ficando tudo para o mercado interno”, destaca.
Brandalizze aponta que os últimos números da Secex confirmam a exportação de apenas metade dos volumes registrados em 2020 e isso é indicação de menos negócios aparecendo. “Em agosto também devemos exportar menos e talvez cheguemos ao final do ano com menos de 20 milhões de toneladas. Estamos perdendo o ritmo de exportação e tudo o que não for exportado fica no mercado interno”.
Mercado Interno
Os preços do milho no mercado interno se movimentaram pouco, mas registraram mais altos do que baixo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Castro/PR. Já as valorizações apareceram em Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Brasília/DF.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, a colheita do cereal superou os 51% da área plantada no Brasil e, com o efeito combinado das importações, associado a disponibilidade do cereal, os preços da saca do milho na região de Campinas/SP tiveram ligeiro recuo para os R$ 101,00 a saca.
No Mato Grosso, por exemplo, a colheita já chegou em 93,55% até o final da última semana e as perspectivas de rendimentos foram reduzidas novamente pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que agora espera 31,98 milhões de toneladas com produtividade média de 93,54 sacas por hectare.
Já no Paraná, a colheita chegou aos 10%, conforme aponta o Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Das lavouras que permanecem em campo, apenas 6% foram avaliadas como boas (contra 9% na semana passada), 41% estão em condições médias e os 53% restantes foram classificadas como ruins.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro se mantiveram, durante todo o dia, caindo na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,50 com desvalorização de 8,25 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,51 com perda de 7,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,60 com queda de 7,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,65 com baixa de 6,75 pontos.
Estes índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (02), de 1,43% para o setembro/21, de 1,43% para o dezembro/21, de 1,23% para o março/22 e de 1,05% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho caíram, encontraram apoio do clima quente e seco, que provavelmente reduzirá a produtividade das colheitas desta safra norte-americana.
Christopher Walljasper, da Reuters Chicago, relata que o milho desacelerou as perdas, já que as condições promissoras de safra no leste dos Estados Unidos foram compensadas por campos atingidos pela seca no cinturão do milho ocidental.
“Quão boa pode ser sua safra de milho, do ponto de vista da produção total, com os Dakotas sendo massacrados e Minnesota em cima do muro?” questionou Tom Fritz, corretor de commodities do EFG Group.