Preços do milho fecham a semana acumulando perdas, mas analistas ainda consideram níveis positivos
O último dia da semana trouxe poucas movimentações para os preços do milho no mercado físico brasileiro. Conforme um levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a única valorização apareceu em Cândido Mota/SP. Já as valorizações foram registradas nas praças mato-grossenses de Rondonópolis, Primavera do Leste, Alto Garças e Itiquira.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os participantes estavam cautelosos com o potencial da frente fria na região Sul e Sudeste. Outro ponto qq rápido. O mue chamou a atenção foi a queda da relação dólar x real, com a manutenção dos juros dos EUA e o aumento da inflação no Brasil”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “o preço do cereal volta a romper os R$ 102,00 de acordo com o indicador de Campinas/SP com os compradores aceitando os preços diante da oferta limitada de negócios”.
B3
Os preços futuros do milho consolidaram o caminho baixista iniciado no meio desta semana e encerraram a sexta-feira caindo na Bolsa Brasileira (B3). Apesar do recuo no dia, ao longo de julho as cotações tiveram elevações com relação ao fechamento de junho.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 99,40 com desvalorização de 0,70%, o novembro/21 valeu R$ 99,70 com perda de 0,70%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 100,80 com queda de 0,57% e o março/22 teve valor de R$ 100,80 com perda de 0,56%.
Na movimentação semanal, os futuros da B3 caíram, com relação à última sexta-feira (23) 0,25% para o setembro/21, mas subiram 0,71% para o novembro/21, 0,28% para o janeiro/22 e 0,18% para o março/22.
Já na comparação mensal, ao longo de julho, os preços obtiveram valorizações, com relação ao fechamento de junho, de 8,48% para o julho/21 (que parou de ser comercializado após o dia 15/07), de 8,85% para o setembro/21, de 7,90% para o novembro/21, de 6,95% para o janeiro/22 e de 6,95% para o março/22.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado está pressionado pelo aumento do ritmo de colheita no Paraná e São Paulo e por produtores que começam a vender após as notícias de importação de milho.
“O produtor também começa a olhar o dólar para baixo que acaba favorecendo a importação e as indústrias e cooperativas que indicam que ainda vão importar mais volumes agora em agosto para trazer entre agosto e setembro. Isso traz um fator psicológico para o mercado”, explica.
Para as próximas duas ou três semanas, o analista destaca que haverá mais milho sendo ofertado com os produtores buscando fazer dinheiro porque as cotações seguem muito boas ao produtor de milho.
Mercado Externo
A situação não foi diferente no mercado internacional. A Bolsa de Chicago (CBOT) recuou dois dígitos nas principais cotações do preço internacional do milho futuro nesta sexta-feira.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,47 com perda de 11,00 pontos, dezembro/21 valeu US$ 5,45 com queda de 11,25 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,53 com baixa de 11,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,58 com desvalorização de 10,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação do fechamento da última quinta-feira (29), de 1,97% para o setembro/21, de 1,98% para o dezembro/21, de 1,95% para o março/22 e de 1,76% para o maio/22.
Na movimentação semanal, os futuros de Chicago subiram, com relação à última sexta-feira (23) de 0,37% para o setembro/21, de 0,37% para o dezembro/21, de 0,55% para o março/22 e de 0,72% para o maio/22.
Já na comparação mensal, ao longo de julho, os preços obtiveram desvalorização, com relação ao fechamento de junho, de 5,14% para o julho/21 (que parou de ser comercializado após o dia 14/07), de 8,68% para o setembro/21, de 7,47% para o dezembro/21, de 7,31% para o março/22 e de 1,76% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi negociado com valores menores porque as chuvas e as temperaturas mais baixas atingiram grande parte do cinturão do milho oriental dos Estados Unidos, embora a seca persista nas regiões produtoras de milho ocidentais.
Bob Linneman, da Kluis Advisor, relata que o milho de dezembro, assim como o de novembro, vão fechar o mês abaixo das altas atingidas em junho. À primeira vista, isso pode parecer bastante negativo, no entanto, os preços ainda estão sendo negociados a US$ 5,55 para o milho.
“Com rendimentos médios, esses preços devem corresponder a níveis lucrativos. Mas só porque os preços se consolidaram nas últimas duas semanas não significa que devemos ser complacentes com esses preços sendo o novo normal. Proteja preços lucrativos quando puder, e não quando for necessário”, afirmou Linneman em uma nota aos clientes.