Cotação do milho segue sustentada na cautela com o frio e sobe no Brasil nesta 3ªfeira

Publicado em 27/07/2021 16:33
Chicago registra leve recuo com vendas técnicas após últimas altas

Os preços do milho seguem se valorizando no mercado físico brasileiro. Nesta terça-feira (27), um levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou apenas elevações nas cotações, que foram registradas nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ponta Grossa/PR, Rio do Sul/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS e Amambai/MS. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho iniciou a semana em alta. “Mesmo com o avanço da colheita em boa parte das regiões produtoras, o agricultor retém o cereal cauteloso com as previsões de frio e apuração dos rendimentos da safrinha”.

No Paraná, por exemplo, apenas 9% das lavouras foram avaliadas pelo Deral como em boas condições, enquanto a colheita no estado segue em apenas 7% do total.

>> Apenas 9% das lavouras de milho no Paraná estão em boas condições, aponta Deral

Já no Mato Grosso, o Imea apontou que a colheita já chegou aos 72% no estado, mas as expectativas de produtividade média desta segunda safra foram reduzidas para menos de 90 sacas por hectare.

>> Colheita do milho passa dos 72% no MT enquanto IMEA reduz produtividade e eleva mais uma vez custos de produção

B3

Os preços futuros do milho tiveram mais um dia de ganhos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,13% e 0,49% ao final da terça-feira.

O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 102,54 com alta de 0,49%, o novembro/21 valeu R$ 102,80 com valorização de 0,45%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 103,25 com elevação de 0,23% e o março/22 teve valor de R$ 102,93 com ganho de 0,13%.

Apesar destas elevações, o alerta para um possível teto de altas segue ligado. Após as altas de ontem, o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, já havia adiantado que este movimento positivo estava próximo do limite, uma vez que movimentos de importação buscando milho no mercado internacional começam a aparecer.

“Com esse câmbio e as cotações de Chicago está se conseguindo trazer milho à R$ 90,00 nos portos, chegando nas indústrias do Sul mais barato do que o milho nacional. Começa um alerta para o produtor que acha que o mercado vai seguir em alta sempre”, pontuou.

Nesta terça-feira, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, reforçou que as importações de milho estão crescendo, devem fechar 2021 três vezes maiores do que as de 2020 e pressionar os preços internos.

Nas contas do analista, os milhos argentinos e norte-americanos chegam aos portos brasileiros entre R$ 90,00 e R$ 91,00, o que garante o custo menor para indústrias do Sul do Brasil e próximas aos portos.

>> Brasil deve importar o triplo do normal de milho em 2021 e preços internos serão pressionados, afirma analista

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) contabilizou um leve recuo para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,50 e 1,00 ponto negativo.

O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,48 com desvalorização de 1,00 ponto, o dezembro/21 valeu US$ 5,46 com queda de 0,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,53 com perda de 0,75 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,58 com baixa de 1,00 ponto.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (26), de 0,18% para o setembro/21, março/22 e maio/22, além de estabilidade para o dezembro/21.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, na terça-feira, os mercados agrícolas do CME Group venderam, fechando abaixo de suas máximas diárias.

O analista de mercado do Price Group, Jack Scoville, acrescenta que o movimento também aconteceu devido a existência de movimentos políticos sendo feitos para tentar encerrar todos os mandatos para biocombustíveis em Washington. 

“Os defensores da medida argumentam que é muito caro para as refinarias usarem o etanol em misturas. O presidente Biden está comprometido com o uso de biocombustíveis, incluindo etanol, nos Estados Unidos, portanto, o projeto não deve se tornar lei tão cedo”, diz Scoville.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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