Milho: B3 realiza lucros nesta 4ªfeira, mas mantém folego positivo
A quarta-feira (28) chega ao final com os preços do milho mais uma vez elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
No estado de Goiás, por exemplo, a saca do cereal encerrou a sexta-feira (23) valendo, em média, R$ 83,03 com elevação de R$ 1,03 com relação à semana anterior. Na região de Rio Verde, por exemplo, o aumento semanal foi de R$ 2,00 fechando a semana em R$ 82,00.
“Em Goiás, a situação da safrinha continua a preocupar, tanto que o preço futuro do milho tem buscando toda semana valorização. O preço da saca de milho para entrega futura, na colheita da safrinha iniciou o mês a R$ 69/Sc. Nesta sexta-feira (23), a mesma saca alcançou o valor de R$ 73/Sc, alta de 6% no período”, diz o Ifag.
Já no Mato Grosso do Sul, o preço médio do cereal entre 19 a 26 de abril de 2021 se valorizou 3,39% e foi cotado a R$ 91,63/sc. No mês de abril a valorização foi 15,07%, tendo em vista que no dia 01/04 o preço médio foi R$ 79,63/sc.
“A valorização do cereal está amparada no cenário de incerteza quanto ao resultado da produtividade do milho segunda safra e a demanda aquecida”.
B3
Os preços futuros do milho registraram movimentações de realização de lucros e recuos na Bolsa Brasileira (B3) nesta quarta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,65% e 2,19% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 104,85 com desvalorização de 2,19%, o julho/21 valeu R$ 105,11 com perda de 1,77%, o setembro/21 foi negociado por R$ 102,48 com baixa de 0,65% e o novembro/21 teve valor de R$ 103,45 com queda de 0,75%.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os futuros do milho estão voláteis com o mercado de clima no Brasil e nos EUA. A falta de chuvas no Brasil e o frio nos EUA preocupam boa parte dos participantes. Por outro lado, o dólar tem seguido quase consecutivamente a trajetória de baixa nos últimos dias, o que é um dos pontos de atenção adiante”.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado do milho segue forte até o meio do ano porque a safra está bem menor do que a demanda e não há milho disponível no mercado.
“A B3 continua com fôlego positivo, mas hoje foi um dia de realização de lucros e o pessoal começa a desconfiar. Será que vai à R$ 110,00? O consumidor está em uma situação complicada, mas a questão é que não tem milho e o vendedor não está vendendo milho”, diz.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) operou em campo misto durante todo o dia para os preços internacionais do milho nesta quarta-feira e caíram no final do pregão. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 9,25 e 15,75 pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 6,86 com perda de 9,25 pontos, o julho/21 valeu US$ 6,44 com queda de 10,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,71 com baixa de 14,50 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 5,46 com desvalorização de 15,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 1,29% para o maio/21, de 1,53% para o julho/21, de 2,56% para o setembro/21 e de 2,85% para dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na quarta-feira, os mercados agrícolas do CME Group fecharam em baixa e grandes oscilações de preços não estão fora de questão.
“Os estoques apertados de milho para o curto prazo têm os contratos iniciais em alta demanda com entrega em um dia. Quem quer ter o grão nesses níveis de preços será a questão. O progresso do plantio está melhorando nos EUA, com aumento potencial de acres se o clima cooperar. Grandes oscilações de preço podem continuar até que a segunda safra de milho do Brasil esteja mais desenvolvida", disse Jason Roose, da US Commodities.
Al Kluis, Kluis Advisors, diz que os investidores estão diretamente focados no clima de plantio dos Estados Unidos e no clima de crescimento do Brasil.
“O relatório de progresso da safra do USDA na próxima semana mostrará o plantio de milho correndo à frente do normal. As condições são ideais para a maior parte do Cinturão do Milho central e ocidental para plantio rápido antes que outra frente se mova”, afirmou Kluis em nota aos clientes.
“Estou observando o tempo na região central do Brasil e as previsões para o final desta semana e para a próxima semana são quentes e secas. As estimativas do comércio privado reduziram a estimativa da safra total de milho do Brasil em 3 milhões de toneladas métricas com outro corte na produção provavelmente novamente na próxima semana”, acrescenta.