Milho sobe mais uma vez no físico, mas recua nas bolsas nesta 4ªfeira
A quarta-feira (10) chega ao final com os preços do milho novamente subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agricolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Campinas/SP (1,05% e preço de R$ 96,00), Oeste da Bahia (1,17% e preço de R$ 64,75), Ponta Grossa/PR (1,27% e preço de R$ 80,00), Luís Eduardo Magalhães/BA (1,56% e preço de R$ 65,00) e Itapetininga/SP (2,27% e preço de R$ 90,00).
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado interno, a cautela com o stress do dólar é vigente em praticamente todas as praças, enquanto o relatório de oferta e demanda do USDA trouxe estoques finais de milho dos EUA estáveis em 1,52 bi de bushel, enquanto o mercado estimava um corte para 1,46 bi de bushel e aumentou as projeções no Brasil”.
O levantamento da Agrifatto Consultoria aponta que a colheita do milho verão alcançou 25,3% com avanço semanal de 5,4 pontos percentuais e ligeiro atraso de 1,8 pontos percentuais sobre o mesmo período da safra 19/20.
“Os três estados da região Sul seguem com os trabalhos mais avançados por conta do clima mais propício para o desenvolvimento das atividades no campo. A situação das lavouras que estão apresentando rendimentos mais baixos também agiliza o trabalho das máquinas no campo”.
Já para a safrinha, a Agrifatto reporta que, a área plantada no Brasil atingiu 54,6% com avanço semanal de 34,6 pontos percentuais. O atraso no comparativo anual entre safras é de 23,8 pontos percentuais. com bons avanços na região Centro-Oeste e preocupação para as demais regiões.
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B3
Os preços futuros do milho operaram em campo misto durante toda a quarta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 0,99% negativo e 0,61% positivo ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 91,10 com alta de 0,61%, o maio/21 valeu R$ 93,82 com queda de 0,40%, o julho/21 foi negociado por R$ 88,90 com perda de 0,34% e o setembro/21 teve valor de R$ 84,65 com baixa de 0,99%.
Na visão do analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, o estoque de passagem apertado na virada do ano e questões logísticas são as responsáveis por estas sustentações dos preços. Ele explica que, com toda a cadeia logística voltada para a colheita da soja, fica difícil conseguir manejar milho neste momento.
Porém, mesmo com o término dessa questão logística, os preços do cereal no Brasil devem permanecer elevados, conforme aponta Rafael. “Isso vai perdurar até o final de março, quando entrará mais colheita de verão em São Paulo, por exemplo, mas os preços vão ser firmes e extremamente remuneradores o ano inteiro”, diz.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também mantiveram suas flutuações baixistas durante todo o dia na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 6,75 e 14,25 pontos ao final da quarta-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,47 com desvalorização de 14,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,34 com perda de 11,75 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,24 com baixa de 10,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,96 com queda de 6,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 2,67% para o março/21, de 2,02% para o maio/21, de 1,87% para o julho/21 e de 1,20% para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, o mercado de milho segue em baixa, assim como a soja, mostrando que um relatório baixista do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) pode ter uma cauda longa.
Bob Linneman, da Kluis Advisors, disse em uma nota diária aos clientes, que os investidores ainda estão digerindo os números mais recentes do USDA.
“Os relatórios de oferta/demanda do USDA e de produção de safra global não tiveram grandes mudanças e os mercados de grãos caíram”.
Jack Scoville, do PRICE Futures Group, acrescenta ainda que a chuva na América do Sul também está influenciando os mercados.
“A conversa sobre mais chuva para a Argentina no final da próxima semana parece ser o gatilho fundamental depois dos decepcionantes relatórios do WASDE ontem. O comércio esperava aumento da demanda, mas não obteve qualquer alteração nos dados dos EUA. Acho que ainda há mais lado positivo, mas vai ter que esperar”, diz Scoville.