Milho oscila pouco no Brasil nesta 4ªfeira, mas tem boas perspectivas para 2021

Publicado em 16/12/2020 17:11 e atualizado em 17/12/2020 14:44
Chicago fecha em alta de olho no clima da América do Sul

A quarta-feira (16) chega ao fim com os preços do milho registrando poucas movimentações no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações em Panambi/RS (1,38% e preço de R$ 73,02) e Luís Eduardo Magalhães/BA (1,64% e preço de R$ 60,00).

Já as valorizações apareceram apenas nas praças de Cândido Mota/SP (0,78% e preço de R$ 64,50), Londrina/PR (0,80% e preço de R$ 63,00) e Ponta Grossa/PR (2,86% e preço de R$ 72,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações no mercado físico do Brasil central estão de lado na maioria das praças. O vendedor/produtor limita as ofertas neste momento como um todo, enquanto os grandes compradores devem voltar ao mercado apenas no início de 2021”.

Em Goiás, o preço médio do milho caiu 0,94% na última semana e fechou a sexta-feira (11) com valor de R$ 62,50, conforme aponta o Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás).

“O câmbio tem atuado como motivador da queda, porém o principal fundamento esta no desinteresse de compradores no mercado, que aguardam maiores quedas para realizar novas compras”, diz a publicação.

Já no Mato Grosso do Sul, o preço da saca do milho no estado se valorizou 0,62% entre 08 a 14 de dezembro de 2020, encerrando o período negociado a R$ 60,88, informou a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul). Enquanto isso, a comercialização da safra 2019/20 avançou para 74,22% no estado.

B3

Os preços futuros do milho contabilizaram leves altas durante boa parte da quarta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,01% e 1,52% por volta das 17h07 (horário de Brasília).

O vencimento janeiro/21 era cotado à R$ 77,36 com ganho de 0,01%, o março/21 valia R$ 77,31 com elevação de 0,01%, o maio/21 era negociado por R$ 73,31 com alta de 0,01% e o setembro/21 tinha valor de R$ 67,00 com valorização de 1,52%.

Para 2021, a perspectiva é de manutenção do cenário positivo e dos preços altos e extremamente remuneradores ao produtor brasileiro. O analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, explica que os estoques de passagem serão muito apertados e que a entrada de uma safra verão que teve problemas de desenvolvimento no Sul do país irão contribuir para a sustentação das cotações.

Diante disso, a recomendação de Rafael é que os produtores plantem o máximo de milho que for possível. Mesmo aquelas áreas que vão ficar fora das melhores janelas de cultivo prometem ser bastante rentáveis nesta realidade de oferta e demanda ajustada no próximo ano.

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+ Cenários para o milho em 2021 são de altas remunerações, diz analista

O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, também concorda com essa análise. Ele destaca que as cotações do milho no mercado internacional são as melhores dos últimos 5 anos e o Brasil vai precisar de pelo menos 70 milhões de toneladas para o consumo interno, além de já ter garantido com o mercado internacional entre 35 e 40 milhões de toneladas com compradores certos.

“Nós vamos colher entre 20 e 24 milhões de toneladas na primeira safra, então precisa de mais 50 milhões de toneladas da safrinha somente para atender ao mercado interno e perto de 90 milhões de toneladas para o mercado ficar equilibrado. Caso a produção não chegue nesses níveis o mercado ficará ajustado. O produtor tem que fazer o uso máximo que ele puder das áreas de soja para plantar safrinha porque o mercado deverá ter um dos melhores anos da história do milho”, aponta Brandalizze.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro contabilizaram ganhos durante toda a quarta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,75 e 2,50 pontos ao final do dia.

O vencimento março/21 foi cotado à US$ 4,27 com valorização de 2,50 pontos, o maio/21 valeu US$ 4,29 com elevação de 2,00 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 4,30 com alta de 1,75 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,15 com ganho de 2,00 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 0,71% para o março/21, de 0,47% para o maio/21, de 0,47% para o julho/21 e de 0,48% para o setembro/21.

Segundo informações do site internacional Blog Price Group, o milho está sendo sustentado por níveis de bases firmes nos Estados Unidos e na América do Sul. 

“Choveu em partes da Argentina e em grande parte do Brasil na semana passada e há mais previsões para as próximas duas semanas. Ninguém verá aguaceiros ou chuvas todos os dias, mas quase todos devem ter pelo menos alguma precipitação durante o período de duas semanas”, comenta o analista de mercado do Price Group, Jack Scoville. 

 O analista acrescenta ainda que, “a atual seca é especialmente grave na América do Sul para a primeira safra de milho, mas a segunda safra também pode ser afetada devido ao plantio tardio no centro e norte do Brasil.  Os agricultores não plantarão se ficar muito tarde no ano, pois as chuvas irão parar antes que a safra amadureça”.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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