Milho: mercado brasileiro encerra semana bastante volátil para os preços

Publicado em 11/12/2020 17:09 e atualizado em 13/12/2020 19:19
Chicago se recupera de olho no clima da América do Sul

A sexta-feira (11) chega ao final com os preços do milho pouco movimentados, mas caindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas na praça de Eldorado/MS (0,50% e preço de R$ 60,10).

Já as desvalorizações apareceram em Panambi/RS (1,34% e preço de R$ 75,00), Não-Me-Toque/RS (2,70% e preço de R$ 72,00), Tangará da Serra/MT (3,03% e preço de R$ 64,00) e Campo Novo do Parecis/MT (3,08% e preço de R$ 63,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado esteve mais volátil nos últimos dias em função das oscilações do dólar. Com a moeda norte-americana tentando buscar outro patamar, há uma reprecificação de todas as commodities, com o milho não é diferente”.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho no Brasil segue em ritmo lento neste final de ano com as indústrias de ração praticamente paradas. “Não tem pressão de compra e não gira muito”, diz.

Brandalizze acredita que este cenário não deve mudar nos próximos dias, porque as lavouras da safra verão estão evoluindo em boas condições e próximas da normalidade.

B3

Os preços futuros do milho estiveram flutuando em campo misto durante a maior parte do dia na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações entre 1,56% negativo e 0,90% positivo por volta das 17h07 (horário de Brasília).

O vencimento janeiro/21 era cotado à R$ 74,73 com elevação de 0,74%, o março/21 valia R$ 74,78 com alta de 0,71%, o maio/21 era negociado por R$ 71,89 com valorização de 0,90% e o julho/21 tinha valor de R$ 65,00 com queda de 1,56%.

Ao longo dessa semana, os contratos do cereal brasileiro atingiram os limites de alta na B3 registrando valorização de 5% em algum momento da última terça-feira, quarta-feira e quinta-feira.

“A pressão negativa foi exagerada nos últimos dias, com a queda do milho no mercado físico, então agora apareceram fatores de correções técnicas”, explica Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos.

Para os próximos dias, Coelho acredita que dias de volatilidade ainda vem pela frente. “Deve haver mais oscilações grandes nos próximos dias até o mercado encontrar um ponto de equilíbrio”.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro começaram o dia em baixa, mas se recuperaram na Bolsa de Chicago (CBOT) ao longo desta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,25 e 4,00 pontos no final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 4,24 com valorização de 4,00 pontos, o março/21 valeu US$ 4,23 com ganho de 2,25 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 4,26 com elevação de 2,25 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 4,28 com alta de 2,50 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,95% para o dezembro/20, de 0,48% para o março/2, de 0,47% para o maio/21 e de 0,71% para o julho/21.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 1,68% para o dezembro/20, de 0,71% para o março/21, de 0,71% para o maio/21 e de 0,94% para o julho/21 na comparação com a última sexta-feira (04).

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho aumentaram à medida que a oferta restrita e as preocupações persistentes com as safras da América do Sul em meio ao clima seco do início da estação apoiaram os preços.

“Os investidores estão monitorando as perspectivas de milho e soja na América do Sul após o clima seco do início da estação em áreas de produção importantes. Chuvas generalizadas são esperadas no centro e sul do Brasil e norte da Argentina na próxima semana, enquanto um padrão mais seco envolve o norte do Brasil”, aponta Karl Plume da Reuters Chicago.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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