Preços elevados sustentam crescimento de área do milho safrinha no Brasil, diz StoneX
Mesmo com o atraso no plantio da soja gerando dúvidas sobre a capacidade de realizar o plantio da safra de inverno 2020/21 do milho dentro da janela ideal, espera-se uma área 8,5% maior do que a observada neste ano, segundo revisão da consultoria StoneX.
“As perspectivas de uma forte demanda, tanto interna como externa pelo grão, e os elevados preços da commodity continuam sustentando as expectativas para um forte crescimento na área, apesar das preocupações com potenciais questões climáticas”, afirmou, em relatório.
O grupo aumentou levemente sua estimativa de produção, em 41 mil toneladas, para 82,4 milhões de toneladas, reflexo da elevação marginal nas áreas plantadas em Tocantins e no Pará.
Considerando as estimativas de produção da primeira e da segunda safra, estimadas pela StoneX, somadas ao número da terceira safra da Conab, em 1,64 milhão de toneladas, chega-se a uma produção total de 109,34 milhões de toneladas, o que, se confirmado, ainda representaria um recorde.
“Uma produção recorde pode dar espaço para estoques um pouco maiores, em 13,8 milhões de toneladas, caso a demanda não surpreenda. A China ainda não compra volumes comerciais de milho do Brasil, mas essa é um ponto a ser monitorado, uma vez que o país asiático está adquirindo elevados volumes dos EUA”, explica.
Corte na safra de verão
Para a primeira safra de milho 2020/21, a StoneX trouxe um novo corte para a produção, que passou de 27,1 para 25,3 milhões de toneladas, ficando abaixo do volume obtido na temporada 2019/20, quando o país colheu 26,2 milhões de toneladas.
A perspectiva de um menor desempenho resulta, principalmente, de uma contração na produtividade nacional, que caiu de 6,42 para 6,01 toneladas por hectare. O menor rendimento se deve, majoritariamente, à diminuição do potencial produtivo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. “O Sul do país vem enfrentando um clima mais seco, o que penalizou o desenvolvimento do grão na região”, explicou o grupo. Além da perspectiva de menor produtividade vale destacar que os números de área plantada do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foram levemente reduzidos.
Por outro lado, é importante ressaltar que os números do Pará e do MATOPIBA foram revisados para cima, reflexo tanto de um avanço nas estimativas de área plantada como de produtividade.