Milho: terça-feira de ganhos no Brasil com produtores retendo a já enxuta oferta

Publicado em 06/10/2020 16:54 e atualizado em 07/10/2020 09:25
Chicago sobe de olho na colheita e na demanda

A terça-feira (06) chega ao final com os preços do milho pouco modificado no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações em Brasília/DF (1,85% e preço de R$ 53,00) e Luís Eduardo Magalhães/BA (4,08% e preço de R$ 47,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (1,72% e preço de R$ 59,00), Campo Novo do Parecis/MT (6,12% e preço de R$ 52,00) e Tangará da Serra/MT (8% e preço de R$ 54,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, as cotações seguiram em alta no início desta semana no mercado físico em São Paulo. “Mesmo com o avanço de 10 pontos percentuais da colheita dos Estados Unidos, o produtor brasileiro retém boa parte da produção e negocia apenas na banda de cima. O dólar favorece este movimento”.

A análise da Agrifatto Consultoria aponta que, mesmo com a pressão negativa vindo do dólar, a cotação do milho brasileiro no mercado físico paulista permaneceu firme nos R$ 64,50/sc. “O recuo do câmbio fez os compradores reduzirem as ofertas de preços, fazendo com que os vendedores se retirassem do mercado”.

No Mato Grosso, por exemplo, a saca do cereal registrou valorização de 5,19% na última semana, ficando cotado à R$ 51,40. De acordo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), a cotação do cereal reagiu ao dólar e ao mercado internacional.

B3

Os preços futuros do milho operaram no campo positivo da tabela durante toda a terça-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações altistas entre 0,25% e 1,52% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 68,80 com ganho de 1,47%, o janeiro/21 valia R$ 68,82 com valorização de 1,52%, o março/21 era negociado por R$ 68,40 com elevação de 1,03% e o maio/21 tinha valor de R$ 65,40 com alta de 0,25%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a oferta de milho no Brasil está enxuta neste momento e deve ficar com este cenário até maio de 2021, uma vez que a safra verão tem projeção de 24 milhões de toneladas, que é o necessário para atender a demanda até maio, quando vem na sequência a safrinha.

“O mercado vendo todas as cotações em alta aposta em área recorde para a safrinha, então a partir de maio a oferta vai crescer e atender o mercado doméstico sem problema nenhum. Esta é a data do plantio norte-americano também e pode haver crescimento de área por lá também”, comenta Brandalizze.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também registrou ganhos para os preços internacionais do milho futuro nesta terça-feira. As principais cotações contabilizaram movimentações positivas entre 4,50 e 5,50 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 3,85 com valorização de 5,50 pontos, o março/21 valeu US$ 3,94 com elevação de 5,00 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 3,99 com alta de 4,50 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 4,02 com ganho de 4,50 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,58% para o dezembro/20, de 1,29% para o março/21, de 1,27% para o maio/21 e de 1,01% para o julho/21.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os futuros do milho subiram esta terça-feira com um ritmo de colheita mais lento do que o esperado no relatório de progresso da safra de ontem.

Até o último domingo (4), 25% da safra foi colhida, 10% a mais que na semana anterior e 1% da média de cinco anos para o mesmo período. O clima quente e seco favoreceu as avaliações da safra, que melhoraram 1% na semana para 62% de bom a excelente.

“Após duas semanas de atraso em relação à média de cinco anos para o ritmo da colheita, o progresso da colheita de milho superou a média histórica no relatório de progresso da safra de ontem devido ao clima favorável da colheita em todo o cinturão do milho na semana passada”, comenta a analista Jacqueline Holland.

Além disso, os mercados receberam uma venda de exportação de milho dos EUA de 6,3 milhões de bushel para o México ontem. As compras da China foram silenciadas até o momento esta semana, em grande parte devido ao feriado comercial em comemoração ao Festival do Meio Outono. 

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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