Preço do milho ganha força ao longo da 4ªfeira e registra altas no Brasil

Publicado em 16/09/2020 17:11 e atualizado em 16/09/2020 19:35
Chicago sobe projetando menos área plantada nos EUA em 21

A quarta-feira (16) chega ao final com os preços do milho registrando altos e baixos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações no Oeste da Bahia (0,50% e preço de R$ 49,75), Ubiratã/PR, Cafelândia/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1% e preço de R$ 49,50), Eldorado/MS (1,05% e preço de R$ 47,30) e Luís Eduardo Magalhães/BA (3,03% e preço de R$ 48,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Amambaí/MS (1,02% e preço de R$ 49,50), Não-Me-Toque/RS (1,87% e preço de R$ 54,50), Panambi/RS (1,89% e preço de R$ 55,02), Ponta Grossa/PR (1,92% e preço de R$ 53,00), Maracaju/MS e Brasília/DF (2,13% e preço de R$ 48,00) e Castro/PR (3,77% e preço de R$ 55,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a queda do dólar tem pressionado a intenção de compra no mercado físico paulista e as referências nos portos do milho nos últimos dias”.

Em Goiás, o preço médio do milho caiu 0,49% na última semana e fechou a sexta-feira (11) com valor de R$ 47,90. “As negociações das sacas têm ficado entre R$ 45,00 e R$ 50,00, a depender da região. A saca de milho futuro apresentou uma leve valorização, saindo da média de R$ 39,25 para R$ 39,33. Com mais oferta no mercado, dada a finalização da colheita, a média do estado recuou 1%. Contudo, os produtores seguem segurando as sacas devido à sinalização de preços mais elevados nos próximos dias”, aponta o Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás).

B3

Os preços futuros do milho operaram durante todo o dia em baixa na Bolsa Brasileira (B3), mas ganharam força ao final da tarde. As principais cotações registravam movimentações entre 0,07% negativo e 1,88% positivo % por volta das 17h07 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 59,81 com queda de 0,07%, o janeiro/21 valia R$ 60,50 com alta de 1,15%, o março/21 era negociado por R$ 59,80 com ganho de 1,10% e o maio/21 tinha valor de R$ 56,95 com valorização de 1,88%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, um possível impulso no mercado brasileiro vindo de compras chinesas só deverá chegar do meio do ano que vem em diante. Até lá, o país asiático deve seguir comprando dos Estados Unidos (já foram quase 10 milhões de toneladas) e se abastecer da própria safra interna da China.

“Existe um buraco grande na oferte de milho na China e os estoques na virada do ano comercial em fevereiro já eram os mais baixos desde 2003. Agora está chegando a safra (que terá perdas) e o milho importado dos EUA e da Ucrânia. A China vai deixar para comprar o milho brasileiro no período de entressafra deles que é lá no meio do ano que vem, com o milho da nova safrinha brasileiro entrando no mercado chinês”, comenta Brandalizze.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também ganhou força ao longo do dia e encerrou a quarta-feira em alta para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 4,75 e 5,75 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 3,71 com valorização de 5,75 pontos, o março/21 valeu US$ 3,81 com ganho de 5,25 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 3,86 com elevação de 5 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 3,89 com alta de 4,75 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 1,37% para o dezembro/20, de 1,60% para o março/21, de 1,31% para o maio/21 e de 1,04% para julho/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho seguiram a alta da soja, com suporte adicional de um salto de mais de 4% nos preços do petróleo bruto nos Estados Unidos, já que o milho costuma seguir os preços da energia devido ao seu papel como estoques de etanol e biodiesel.

“Alguns traders estão considerando se a alta de cerca de US$ 1,30 por bushel nos futuros da soja desde meados de agosto irá encorajar os fazendeiros americanos a plantar mais soja e menos milho em 2021, um fator favorável para futuros de milho diferidos”, relata Julie Ingwersen da Reuters Chicago.

Uma pesquisa com produtores norte-americanos realizada pelo site internacional Farm Futures, conduzida no final de julho e divulgada na quarta-feira, projetava um aumento de 4,9% nas sementes de soja nos EUA em 2021 e uma queda de 0,3% nos acres de milho.

“Haverá competição por área plantada entre soje e milho. Não vimos isso há alguns anos”, disse Dan Cekander, presidente da DC Analysis.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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