Preço do milho encerra a semana subindo no mercado brasileiro

Publicado em 24/07/2020 16:37
Chicago cai na semana de olho no clima

A sexta-feira (24) chega ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS (5,26% e preço de R$ 36,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (1,12% e preço de R$ 45,00), Pato Branco/PR (1,17% e preço de R$ 43,20), Londrina/PR (1,19% e preço de R$ 42,50), Marechal Cândido Rondon/PR e Ubiratã/PR (1,20% e preço de R$ 42,00), Eldorado/MS (1,27% e preço de R$ 40,00), Rio Verde/GO (1,32% e preço de R$ 38,50), Ponta Grossa/PR (2,17% e preço de R$ 47,00) e Cafelândia/PR (2,44% e preço de R$ 42,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

A colheita da segunda safra de milho segue avançando pelas principais regiões produtoras do Brasil, mas esta chegada de novos volumes no mercado ainda é restrita e não mexe com o mercado do cereal no país.

Segundo o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, o que vai definir a trajetória do preço do milho continua sendo o dólar e sua cotação ante ao real. Inclusive as desvalorizações acompanhadas nos últimos dias têm como fator desencadeante o recuo da moeda americana no câmbio.

Rafael destaca que o balizador dos preços no mercado físico são as cotações dos portos, que são formados pela equação preço de Chicago + prêmio + dólar e hoje ficam ao redor de R$ 47,00 reais, após chegar em R$ 51,00 na última semana.

Sendo assim, as movimentações do milho norte-americano na Bolsa de Chicago (CBOT) também precisam estar no radar dos produtores brasileiros. O analista acredita que as cotações tendem a ficar mais calmas a partir de agora, pelo menos até setembro, quando a China pode voltar as compras e mexer com a demanda.

Outro ponto que mereceu o comentário de Rafael foi o volume de cerca de 40 milhões de toneladas já negociadas desta atual segunda safra, que é estimada entre 72 e 73 milhões de toneladas. Este cenário deixa os produtores bem vendidos e capitalizados e os compradores já abastecidos. Com isso, as próximas semanas tendem a ser mais tranquilas e com poucas necessidades de novos negócios.

B3

Os preços futuros do milho operaram a maior parte do dia com resultados favoráveis na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações entre 1,17% negativo e 0,71% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento julho era cotado à R$ 48,00 com alta de 0,52%, o setembro/20 valia R$ 49,80 com valorização de 0,71%, o novembro/20 era negociado por R$ 50,80 com ganho de 0,12% e o janeiro/21 tinha valor de R$ 50,65 com desvalorização de 1,17%.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a semana em campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações entre 1,75 pontos negativos e 0,50 pontos positivos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,26 com desvalorização de 1,75 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,35 com perda de 0,50 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,46 com alta de 0,50 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,53 com elevação de 0,50 pontos.

Esses índices representaram queda, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,61% para o setembro/20 e ganhos de 0,29% para o março/21 e de 0,28% para o maio/21, além de estabilidade para o dezembro/20.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam desvalorizações de 2,10% para o setembro/20, de 1,18% para o dezembro/20, de 0,86% para o março/21 e de 0,84% para o maio/21 na comparação com a última sexta-feira (17).

Segundo informações da Agência Reuters, as previsões meteorológicas que mostram chuvas em grande parte do Meio-Oeste dos Estados Unidos na próxima semana pressionaram o mercado de milho, embora áreas com seca tenham mantido os traders atentos a rendimentos reduzidos.

“Está ficando um pouco mais interessante no estado de Iowa. Os últimos 30 dias foram muito secos”, disse Jason Ward, diretor da Northstar Commodity.

O Monitor de Seca dos Estados Unidosi classificou quinta-feira grande parte do oeste de Iowa como enfrentando condições de seca moderadas a severas.

Relembre mais notícias desta semana sobre o milho:

>> Milho: queda internacional e avanço das colheitas limitam alta nos preços

>> Exportação brasileira de milho salta 113% na terceira semana de julho; volume segue menor do que o de 2019

>> Colheita da safrinha 2020 de milho atinge 40,6% no Brasil, diz SAFRAS & Mercado

>> Colheita do milho chega a 95% em Darcinópolis/TO e produtores estão satisfeitos com produtividade e rentabilidade

>> Primeiros 10% de lavouras colhidas em Douradina/MS produziram mal, mas expectativa é alta para demais áreas

>> Colheita do milho no Mato Grosso já chega a 75,60% das lavouras; custo de produção 20/21 sobe

>> Colheita do milho avança para 17% do total no Paraná, diz Deral

>> Primavera do Leste/MT entra na reta final da colheita do milho, mas alta pressão de percevejos prejudicou a produtividade

>> Milho em Goiás se valoriza na semana apesar da colheita

>> Famasul aponta avanço na colheita do milho no MS e revisa produtividade para cima; preço do cereal recua

>> Clima favorável aumentou projeção de produtividade do milho no MS, mas atraso no plantio vai pesar no volume final

>> Produtividade do milho em Francisco Beltrão/PR será maior do que ano passado, mas clima ruim na colheita prejudica

>> Mesmo com colheita se intensificando, é o dólar quem vai ditar o rumo das cotações do milho no Brasil

>> Segunda safra de milho 2020 no Paraná é a melhor da história na relação custo de produção x preço de venda

>> Argentina aumenta estimativa da safra de milho em 3 milhões de toneladas; colheita está em 94%

>> Doutor Camargo/PR já colheu 20% da safra de milho e espera boa produtividade e rentabilidade

Tags:

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico
Demanda por milho segue forte nos EUA e cotações futuras começam a 6ªfeira subindo em Chicago
Radar Investimentos: Milho brasileiro encontra barreiras no mercado internacional
Milho emenda sexta queda consecutiva e B3 atinge menores patamares em um mês nesta 5ªfeira
Getap 2024: premiação deve ter altas produtividades para o milho inverno 24
Cotações do milho recuam nesta quinta-feira na B3 e em Chicago
undefined