USDA surpreende mercado e eleva previsão para produção de milho
Washington, 10 - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou nesta sexta-feira suas estimativas de produção e rendimento para o milho, surpreendendo o mercado. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, publicado mais cedo, o governo dos EUA aumentou sua projeção para a safra 2019/20, de 13,661 bilhões para 13,692 bilhões de bushels (346,99 milhões para 347,78 milhões de toneladas).
Analistas consultados pelo <i>Wall Street Journal</i> projetavam 13,494 bilhões de bushels (342,75 milhões de toneladas). O rendimento passou de 167 para 168 bushels por acre (10,48 para 10,55 toneladas por hectare), ante previsão do mercado de 165,9 bushels por acre (10,41 toneladas por hectare). "Eu achava que a produção de milho seria reduzida", disse Doug Bergman, diretor de serviços agrícolas da RCM Asset Management.
Quanto à soja, o governo dos EUA elevou levemente sua estimativa de produção, de 3,550 bilhões para 3,558 bilhões de bushels (96,62 milhões para 96,84 milhões de toneladas). Os analistas esperavam um corte para 3,519 bilhões de bushels (95,78 milhões de toneladas). A produtividade foi elevada de 46,9 para 47,4 bushels por acre (3,15 para 3,19 toneladas por hectare), enquanto o mercado previa 46,6 bushels por acre (3,13 toneladas por hectare).
A projeção para estoques de milho ao fim da temporada 2019/20 foi reduzida de 1,910 bilhão para 1,892 bilhão de bushels (48,51 milhões para 48,06 milhões de toneladas), enquanto analistas esperavam 1,753 bilhão de bushels (44,53 milhões de toneladas). As reservas finais de soja foram mantidas em 475 milhões de bushels (12,93 milhões de toneladas), ante previsão de analistas de 432 milhões de bushels (11,76 milhões de toneladas). O USDA reduziu sua previsão para estoques finais de trigo, de 974 milhões para 965 milhões de bushels (26,51 milhões para 26,27 milhões de toneladas). O mercado esperava 972 milhões de bushels (26,46 milhões de toneladas).
O USDA divulgou também nesta sexta-feira seu relatório trimestral de estoques, e estimou as reservas de soja em 1º de dezembro de 2019 em 3,252 bilhões de bushels (88,51 milhões de toneladas), de 3,746 bilhões de bushels (101,96 milhões de toneladas) um ano antes. Analistas previam um volume menor, de 3,179 bilhões de bushels (86,53 milhões de toneladas).
Os dados mostraram que os estoques de milho nos EUA em 1º de dezembro somavam 11,389 bilhões de bushels (289,28 milhões de toneladas). Analistas esperavam 11,416 bilhões de bushels (290 milhões de toneladas). Já os estoques de trigo estavam abaixo do esperado no começo de dezembro. O USDA disse que as reservas no começo do mês passado totalizavam 1,834 bilhão de bushels (49,92 milhões de toneladas), em comparação a 2,009 bilhões de bushels (54,68 milhões de toneladas) um ano antes. O mercado estimava um número maior, de 1,922 bilhão de bushels (52,31 milhões de toneladas).
O USDA disse ainda que produtores dos EUA semearam 30,8 milhões de acres (12,46 milhões de hectares) com variedades de trigo de inverno em outubro e novembro do ano passado, referente à safra 2020/21. O número ficou abaixo da área de 2019, de 31,2 milhões de acres (12,63 milhões de hectares), mas em linha com a expectativa de analistas, de 30,7 milhões de acres (12,42 milhões de hectares). Fonte: Dow Jones Newswires.
Milho fecha semana com altas em Chicago após relatórios do USDA
A sexta-feira (10) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro mais altos na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram ganhos entre 2,50 e 2,75 pontos ao longo do dia.
O vencimento março/20 foi cotado à US$ 3,85 com elevação de 2,50 pontos, o maio/20 valeu US$ 3,92 com valorização de 2,75 pontos, o julho/20 foi negociado por US$ 3,99 com alta de 2,75 pontos e o setembro/20 teve valor de US$ 4,00 com ganho de 2,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,52% para o março/20, de 0,51% para o maio/20, de 0,76% para o julho/20 e de 0,76% para o setembro/20.
Com relação ao fechamento da última sexta-feira (03), os futuros do milho acumularam perdas de 0,26% para o março/20 e de 0,25% para o maio/20, estabilidade para o julho/20 e alta de 0,50% para o setembro/20, na comparação dos últimos sete dias.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho ficou constante na sexta-feira, com os investidores olhando para além das projeções de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e focando em melhores perspectivas de exportação para a China, devido a assinar um acordo comercial provisório com os Estados Unidos na próxima semana.
“Os dados do USDA, divulgados durante o pregão de sexta-feira, mostraram mudanças modestas na produção agrícola e nos estoques, mas não incluíram as perspectivas da agência para a demanda pós-negociação da China”, aponta Karl Plume da Reuters Chicago.
O USDA inesperadamente aumentou suas estimativas de produção de milho e soja, o que surpreendeu alguns traders após o clima desfavorável da safra no ano passado, seguido por uma colheita desafiadora. Os aumentos foram parcialmente compensados por menos hectares colhidos.
“Este relatório não é um divisor de águas”, disse Don Roose, presidente da US Commodities em West Des Moines, Iowa.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (09), o analista de mercado da Germinar Consultoria, Roberto Carlos Rafael, já considerava que o relatório do USDA desta sexta-feira não deveria alterar muito as movimentações do mercado, que deve registrar cotações estáveis até o dia 20 de fevereiro, quando os primeiros números sobre a próxima safra americana começarem a ser especulados.
Confira a íntegra da entrevista com o analista de mercado da Germinar Consultoria:
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Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a sexta-feira registrou cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram registradas desvalorizações.
Já as valorizações foram percebidas nas praças de Campinas/SP (0,93% e preço de 53,19), Luís Eduardo Magalhães/BA (1,02% e preço de R$ 49,50), Pato Branco/PR (1,23% e preço de R$ 41,20), Ubiratã/PR (1,27% e preço de R$ 40,00), Londrina/PR (1,27% e preço de R$ 40,00), Cascavel/PR (1,27% e preço de R$ 40,00) e Oeste da Bahia (2,08% e preço de R$ 49,00).
Veja mais cotações desta sexta-feira.
Em seu reporte diário, a Radar Investimentos apontou que a semana foi de estresse de abastecimento no mercado físico, com os produtores praticamente ausentes das negociações. “A alta do dólar também colaborou para a firmeza das cotações”.
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