Milho se desvaloriza em Chicago nesta 3ªfeira, mas queda é limitada por dificuldades na colheita
Os preços internacionais do milho futuro perderam força na Bolsa de Chicago (CBOT) ao longo desta terça-feira (26). As principais cotações encerram o dia com quedas entre 2,25 e 2,50 pontos.
O vencimento dezembro/19 foi cotado à US$ 3,67 com desvalorização de 2,50 pontos, o março/20 valeu US$ 3,78 com queda de 2,25 pontos, o maio/20 foi negociado por US$ 3,84 com perda de 2,50 pontos e o julho/20 teve valor de US$ 3,89 com baixa de 2,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 0,81% para o dezembro/19, de 0,53% para o março/20, de 0,52% para o maio/20 e de 0,77% para o julho/20.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho caíram nesta terça-feira, recuando após a recuperação de um dia antes.
“Os contratos futuros de milho CBOT foram modestamente mais baixos, mas encontraram apoio subjacente como uma tempestade de inverno, que ameaçou parar a colheita esta semana em Nebraska, Iowa, Minnesota e nas planícies do norte”, disse Julie Ingwersen da Reuters Chicago.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) disse na segunda-feira que a colheita de milho americano estava 84% concluída, deixando 16% ainda em campo.
“O relatório de progresso da colheita indica que ainda restam mais de 2 bilhões de bushels de milho. A janela está se fechando para a colheita. Portanto, as perdas são limitadas nos grãos um pouco, por causa do clima ”, Terry Reilly, analista sênior da Futures International em Chicago.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a terça-feira registrou cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram registradas desvalorizações apenas em Brasília/DF (7,69% e preço de R$ 36,00).
Já as valorizações foram percebidas nas praças de Castro/PR, Oeste da Bahia, Pato Branco/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Porto Paranaguá/PR (2,50% e preço de R$ 41,00), Palma Sola/SC (2,63% e preço de R$ 39,00) e Jataí/GO e Rio Verde/GO (2,70% e preço de R$ 38,00).
Em seu reporte diário, a Radar Investimentos aponta que “a demanda do mercado físico do milho está dentro da normalidade, enquanto as ofertas estão mais contidas nos últimos dias, e isto cria um ambiente de cotações firmes em boa parte das regiões produtoras do país”.
As movimentações do milho já preocupam setores do agronegócio para o ano de 2020. Nesta terça-feira a Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina) divulgou nota alertando para a possível falta do cereal no ano que vem.
“O Brasil iniciará 2020 muito vulnerável, com estoques baixos e totalmente dependentes do clima. A saída será buscar milho no mercado internacional. Nesse caso, agroindústria e produtores pagarão pelo elevado custo de internação/interiorização do produto no país em razão das deficiências logísticas – más condições das rodovias, ferrovias, portos e terminais”, diz a nota.
Para o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, “a situação será difícil em 2020 e já deve faltar milho no primeiro semestre. O cenário é preocupante porque, da demanda total, 96% destinam-se à nutrição animal, principalmente dos plantéis de aves e suínos.”
“A saída será ampliar as importações de milho da Argentina – que produz 50 milhões de toneladas e tem baixo consumo interno. Além disso, deve prosperar a chamada Rota do Milho que ligará o oeste catarinense com a região produtora do Paraguai. Esse país-membro do Mercosul produz 5,5 milhões de tonelada, mas pode chegar a 15 milhões com o estímulo das importações brasileiras”, acredita a Faesc.
Confira como ficaram as cotações nesta terça-feira:
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