Milho: USDA surpreende com números menores nos EUA e Chicago fecha com quase 2% de alta
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) surpreendeu com seus novos números trazidos no boletim mensal de oferta e demanda e os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago subiram quase 2% no pregão desta quinta-feira (11), alcançando suas máximas em sete semanas.
O dia se encerrou com altas de pouco mais de 6 pontos entre os principais vencimentos, com o dezembro/18 cotado a US$ 3,69 e o março/19 a US$ 3,81 por bushel.
Os números apresentados para o milho trouxeram uma redução na produção e na produtividade do cereal nos EUA, enquanto o mercado esperava dados bem mais elevados do que aqueles projetados no boletim de setembro.
A produção norte-americana em setembro estimada em 376,63 milhões de toneladas é esperada agora em 375,38 milhões de toneladas. O mercado tinha expectativa média de 377,24 milhões de toneladas. A produtividade do cereal foi corrigida e estimada em 189,02 sacas por hectare, contra 189,65 sacas do boletim anterior. A média esperada de rendimento pelos traders era de 190,17 sacas.
Além disso, o departamento norte-americano trouxe ainda um aumento das exportações de milho dos Estados Unidos, agora estimadas em 62,87 milhões de toneladas, contra pouco mais de 60 milhões do número anterior. A informação ajudou a estimular o avanço das cotações em Chicago.
A produção mundial foi ligeiramente reduzida pelo USDA e ficou em 1.068,31 bilhão de toneladas, contra 1.069,0 bilhão do boletim passado. Ainda assim, os estoques finais do cereal mundiais cresceram para 159,35 milhões de toneladas.
O relatório trouxe também um aumento nas importações de milho pelo México, que passaram de 16,2 para 16,7 milhões de toneladas. As da União Europeia foram mantidas em 19,5 milhões.
No paralelo, o excesso de chuvas que continua a ser registrado no Meio-Oeste americano também segue no radar dos traders. E segundo as últimas informações do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano mostram que uma nova rodada de precipitações intensas devem chegar ao cinturão entre esta quinta e o próximo dia 16 de novembro.
Segundo explicou o especialista em estratégia de mercado Brian Grossman, da Zaner Ag Hedge ao Agriculture.com, essa redução na estimativa de produtividade nos EUA pode ter vindo em decorrência do clima extremamente úmido sentido pelas lavouras em setembro.
"Eu não estou surpreso que tenham baixado o rendimento dada a maturidade da safra. Mas, pensei que seguiriam com seu padrão histórico e aumentariam (produção e produção), mas a maturidade era o coringa", diz Grossman.
Mercado Nacional
No Brasil, as cotações do milho tiveram um dia de movimentação limitada na bolsa brasileira, a B3, e terminaram a quinta-feira em campo misto. Enquanto o novembro/18 subiu 0,43%, para R$ 37,06 por saca, o março e o maio/19 caíram 0,26% e 0,53%, respectivamente, para R$ 37,85 e R$ 37,20 por saca.
No interior do país, apesar de uma alta do dólar, os preços recuaram na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. As baixas variaram entre 0,76% e chegaram a 7,89%, como foi o caso de Sorriso, em Mato Grosso, onde a saca terminou o dia cotada a R$ 17,50.
No porto de Paranaguá, o indicativo para agosto do ano que vem ainda mantém os R$ 38,00 por saca, sem variação.
Nesta quinta-feira, o dólar fechou o dia com alta de 0,41% e valendo R$ 3,7788. Na semana, a divisa acumulou uma baixa de 2,03%.
"O mercado preferiu não passar o final de semana vendido... não fosse o feriado, o dólar poderia estar perto de 3,75 reais", comentou o operador da Spinelli, José Carlos Amado á agência de notícias Reuters, ao acrescentar que o cenário externo de maior aversão ao risco também teve influência no movimento local, já que na sexta-feira os mercados domésticos não funcionam.
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