Milho: Focado no clima nos EUA, mercado sobe mais de 1% na CBOT nesta 3ª e consolida 4ª alta consecutiva
Pelo quarto pregão consecutivo, os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) subiram. Durante a sessão desta terça-feira (31), os futuros da commodity ampliaram os ganhos e finalizaram o dia com altas de mais de 5 pontos, uma valorização de mais de 1%.
O setembro/18 era cotado a US$ 3,72 por bushel, enquanto o dezembro/18 operava a US$ 3,86 por bushel. O março/19 finalizou o dia a US$ 3,97 por bushel e o maio/19 era negociado a US$ 4,02 por bushel.
"O milho e o trigo subiram na Bolsa de Chicago acompanhando a alta da soja, com apoio adicional de preocupações sobre colheitas reduzidas pelo clima irregular nas principais áreas de produção em todo o mundo", divulgou a Reuters internacional.
Por sua vez, a soja finalizou o dia com ganhos de mais de 28 pontos diante das conversas sobre a guerra comercial entre os EUA e a China. "A ideia de que os EUA e a China estão tentando recomeçar a falar, o mercado está tendo uma resposta positiva hoje que talvez haja um raio de luz ", disse Ted Seifried, chefe estrategista de mercado agrícola para corretor Zaner Group, em Chicago.
Ainda no caso do milho, o comportamento do clima no Meio-Oeste dos EUA segue no radar dos investidores. Os mapas climáticos voltaram a indicar tempo seco em muitas regiões do cinturão produtor, cenário que se confirmado, poderia estressar a safra.
A AgResource reportou que, o cenário climático não se mostra tão favorável aos produtores. As chuvas previstas em alguns estados como Illinois e Missouri decepcionaram. "Já as chuvas previstas na semana anterior em muitas regiões do centro-sul do Cinturão não foram confirmadas", completa.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 72% o índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições. Cerca de 91% das plantações estão em fase de embonecamento. Na semana anterior, o percentual era de 81% e a média dos últimos anos é de 82% para o período.
No entanto, em Illinois, o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de milho recuaram de 82% para 80%. "No Missouri, onde esteve seco durante grande parte da estação de crescimento, 33% da safra de milho alcançou as melhores avaliações, abaixo dos 35% uma semana antes", informou o Agriculture.com.
Mercado interno
Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a terça-feira foi de ligeiras movimentações nos preços no mercado doméstico. Em Sorriso (MT), a saca do cereal subiu 18,42% e fechou o dia a R$ 22,50. Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 2,50%, com a saca a R$ 20,50.
Ainda no estado, em Tangará da Serra, a saca do milho fechou o dia a R$ 22,50 e alta de 2,27%. No Porto de Paranaguá, a saca futura, para entrega em setembro/18, subiu 1,27% e terminou a terça-feira a R$ 40,00.
Na contramão desse cenário, em Assis (SP), o preço da saca caiu 3,08%, para R$ 31,50. No Oeste da Bahia, a queda ficou em 1,59% e a saca a R$ 31,00.
"E essa alta em Chicago dá um fôlego ao mercado interno. Nos portos podemos chegar a valores de R$ 40,00 a saca. O mercado está reagindo porque os portos puxaram e acabam trazendo uma pressão positiva ao mercado doméstico", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Além disso, a retração nas vendas por parte dos produtores também tem dado suporte aos preços do cereal, segundo explicam os analistas. Do mesmo modo, a quebra na safrinha e o impasse no tabelamento do frete permanecem no radar dos participantes do mercado.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira: