Milho: Com China e clima favorável no Meio-Oeste, mercado recua pela 4ª semana seguida em Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram mais uma semana de quedas. As principais posições da commodity acumularam desvalorizações de mais de 1% essa semana, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Já nesta sexta-feira (22), os preços do cereal trabalharam dos dois lados da tabela e finalizaram o pregão próximos da estabilidade. O julho/18 subiu 0,25 pontos e encerrou o dia a US$ 3,57 por bushel. O dezembro/18 era cotado a US$ 3,78 por bushel e o março/19 terminou a sessão a US$ 3,87 por bushel.
De acordo com dados da Reuters internacional, o mercado recuou pela quarta semana consecutiva diante dos riscos comerciais e do bom tempo no Meio-Oeste americano. "As cotações de soja e milho caíram pela quarta semana seguida devido à preocupações com a crescente disputa comercial entre Estados Unidos e China", reportou a agência.
No início da semana, o presidente americano, Donald Trump, anunciou novas tarifas de importação aos produtos chineses. Em retaliação ao país, a China também divulgou suas tarifas aos produtos americanos.
"Os temores do comércio têm abalado os mercados agrícolas nas últimas duas semanas, em meio a preocupações de que a China, que também é a maior importadora de carne suína e algodão dos EUA, desacelerasse ou suspendesse as compras desses e de outros produtos agrícolas norte-americanos",destacou a Reuters.
Paralelamente, as lavouras de milho nos EUA se beneficiam de condições de crescimento favoráveis até o momento, aumentando a pressão sobre os preços. Embora o mês de julho seja determinante para a definição do potencial produtivo das plantações do cereal.
Até o início da semana, cerca de 78% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (25).
Ainda hoje, o USDA reportou duas vendas de milho, em um total de 248,3 mil toneladas. A primeira, de 131,3 mil toneladas para o México. Cerca de 30 mil toneladas deverão ser entregues na temporada 2017/18 e o restante, de 101,3 mil toneladas, no ciclo 2018/19.Já a segunda, de 117 mil toneladas, foi para o Panamá. O volume deverá ser entregue ao país no ano comercial 2018/19.
Mercado interno
A sexta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do milho no mercado doméstico. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca subiu 8,00% e terminou o dia a R$ 27,00. Já em Tangará da Serra (MT), a queda foi de 4,00%, com a saca do cereal a R$ 24,00.
Em Mato Grosso, a praça de Campo Novo do Parecis, o preço recuou 2,13% e terminou a sexta-feira a R$ 23,00. No Oeste da Bahia, a saca de milho caiu 0,76%, com a saca a R$ 32,50. No Porto de Paranaguá, o preço futuro, permaneceu estável em R$ 39,00 para entrega em agosto/18.
Segundo informações reportadas pela Scot Consultoria, "o avanço da colheita da segunda safra e a maior disponibilidade interna tiraram a sustentação dos preços do grão". Além disso, o impasse sobre o tabelamento do frete ainda continua no radar dos participantes do mercado.
"Em curto e médio prazos, a expectativa é de preços frouxos, conforme avança a colheita no país. Entretanto, estes impasses com relação ao tabelamento do frete merecem atenção, já que podem dificultar os negócios com o grão", reportou a consultoria.
Dólar
A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,7831 na venda, com alta de 0,53%. "O dólar encerrou esta sexta-feira em alta, prevalecendo a cautela de investidores com a cena política local, mesmo após atuação do Banco Central", reportou a Reuters.
Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira: