Milho recua nesta 4ª feira na CBOT com boas condições da safra americana e impasse entre EUA x China

Publicado em 30/05/2018 20:21

Pelo segundo dia consecutivo, os preços do milho recuaram na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o pregão desta quarta-feira (30), as principais posições da commodity ampliaram as perdas e finalizaram o dia com quedas de mais de 6 pontos, uma desvalorização de 1%. O julho/18 era cotado a US$ 3,93 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 4,02 por bushel.

Conforme dados da agência Reuters internacional, as cotações recuaram e tocaram o menor patamar em um mês. O mercado foi pressionado negativamente por vários fatores, entre eles, as boas condições das lavouras de milho norte-americanas.

Ainda no final da tarde desta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 79% das plantações apresentam boas condições. Em torno de 18% estão em situação regular e 3% em condição ruim ou muito ruim.

"Esse total de lavouras em boas ou excelentes condições ficou acima das expectativas dos investidores, de 72% e acima do mesmo período do ano anterior, de 65%", informou o site internacional Farm Futures.

O departamento informou ainda que o plantio do milho evoluiu de 81% para 92% até o último domingo. "E os grãos estavam sobrecomprados. Esse recuo permitirá que os indicadores retornem ao foco e vemos que os mercados serão impulsionados pelas previsões climáticas", escreveu a Kluis Advisors em uma nota aos clientes nesta quarta-feira.

Do mesmo modo, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltaram ao foco das negociações. Nesta terça-feira, a nação norte-americana informou que irá taxar em 25% as importações chinesas.

Conforme dados reportados pela Reuters internacional, a China é o maior importador de soja do mundo e o maior comprador de sorgo dos EUA, grão utilizado na composição da ração e que compete com o milho.

Mercado brasileiro

A quarta-feira foi de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apenas o Porto de Paranaguá registrou leve alta, com a saca futura, para entrega em agosto de 2018, a R$ 40,50.

Em meio à continuidade da greve dos caminhoneiros, o mercado físico continua travado, de acordo com os especialistas. "Cenário que mascara a precificação do cereal em boa parte dos estados. A normalização deve ser lenta, enquanto existem necessidades urgentes conforme os estoques diminuem", informou a Radar Investimentos.

Nesta quarta-feira, o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, informou que o setor avícola precisará sacrificar 24 milhões de aves por dia a partir desta quinta-feira caso os fornecedores não consigam levar ração às granjas. E, o ministro ainda acrescentou que, o setor pode entrar em colapso caso 1,2 milhão de aves matrizes forem abatidas.

"Poderá levar 2 anos e meio para o setor se recuperar se isso acontecer. Se nós perdermos essas aves, nós perdemos toda a capacidade de recuperação. Estou muito preocupado", disse Maggi.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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