Milho: Em Chicago, mercado sobe pelo 2º dia consecutivo com suporte do trigo e de olho na demanda
Pelo segundo dia consecutivo, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) subiram. Durante o pregão desta terça-feira (22), as cotações do cereal ampliaram os ganhos e finalizaram o dia com altas entre 2,00 e 2,25 pontos. O vencimento julho/18 era cotado a US$ 4,04 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 4,13 por bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações do milho foram impulsionadas pela valorização registrada nas cotações do trigo. Os futuros da commodity subiram mais de 13 pontos nesta terça-feira, um ganho de mais de 2% no mercado internacional.
"O trigo recuperou todas as suas perdas da sessão anterior, resultado das chuvas registradas nas planícies dos EUA. Grande parte da safra de trigo sofreu com uma severa seca este ano", afirmou a Reuters internacional.
"Temos alguma chuva, mas o mercado está preocupado que talvez seja um pouco tarde demais para ter um impacto neste momento", disse Ted Seifried, analista da Zaner Ag Hedge, em entrevista à Reuters.
Além disso, há uma perspectiva de aumento na demanda pelo cereal americano com o fluxo positivo de notícias sobre as relações comerciais entre China e EUA. Por outro lado, a quebra na segunda safra de milho no Brasil também traz um panorama favorável em relação à demanda pelo milho americano.
“Os grãos continuam a adicionar prêmio de risco pelo segundo dia consecutivo, após o resultado comercial positivo no fim de semana entre os EUA e a China. Isso pode confirmar a continuidade das exportações fortes, o progresso final do plantio e o clima nos próximos 10 dias, será fundamental para as direções de preços”, diz Jason Roose, analista da US Commodities, ao Agriculture.com.
Em relação ao plantio, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou nesta segunda-feira que 81% da área prevista para essa temporada já havia sido cultivada. O número ficou ligeiramente acima das apostas dos investidores, entre 75% e 80%. Na semana passada, o número estava em 52% e no ano anterior, o cultivo estava em 82%.
O departamento ainda informou que 50% das lavouras já emergiram, frente os 28% da semana passada. A média para o período é de 47%.
Mercado brasileiro
A terça-feira foi positiva aos preços do milho praticados no mercado brasileiro. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Sorriso (MT), a saca subiu 6,25% e fechou o dia a R$ 17,00. Em Castro (PR), a alta foi de 5,00%, com a saca a R$ 42,00.
Na região de Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca subiu 3,45% e terminou o dia a R$ 30,00. Nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, a valorização foi de 3,13%, com a saca do cereal a R$ 33,00. Em Campinas (SP), o ganho ficou em 1,13% e a saca a R$ 44,60.
Na contramão desse cenário, no Porto de Paranaguá, a saca futura, para entrega em agosto de 2018, caiu 1,22% e finalizou o dia a R$ 40,50. A queda é resultado da desvalorização registrada na moeda norte-americana, que encerrou o dia a R$ 3,6447 na venda.
"O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, abaixo do patamar de 3,65 reais, em sintonia com o comportamento da cena externa e ainda ecoando a atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio", informou a Reuters.
Paralelamente, as condições das lavouras de milho permanecem no radar dos participantes do mercado. Apesar das chuvas registradas em algumas regiões, as plantações já apresentam perdas consolidadas.
Veja como fecharam os preços nesta terça-feira: