Milho: Mercado tem nova alta na BM&F nesta 5ª diante do clima seco no Brasil e da valorização cambial

Publicado em 03/05/2018 12:38

A sessão desta quinta-feira (3) é de ligeiras altas aos preços do milho na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity testavam ganhos entre 0,12% e 0,68%, perto das 12h03 (horário de Brasília). O vencimento maio/18 operava a R$ 41,41 a saca e o julho/18 trabalhava a R$ 41,18 a saca. Apenas o novembro/18 recuava 0,12%, negociado a R$ 41,65 a saca.

O mercado dá continuidade ao movimento positivo, embora as altas sejam menos expressivas do que as registradas no dia anterior. Ainda nesta quarta-feira, os preços subiram entre 2,92% e 5,78% na bolsa brasileira diante da valorização cambial e das preocupações com o clima seco no Brasil.

E o mercado continua sendo influenciado por essas variáveis, conforme ponderam os especialistas. Por sua vez, a moeda norte-americana continua a sua escalada e trabalha próxima de R$ 3,55 nesta quinta-feira. As preocupações com a trajetória de alta na taxa de juros nos Estados Unidos dão impulso ao câmbio.

"A cena política local também pesava sobre o mercado, diante das incertezas que rondam as eleições presidenciais de outubro. Os investidores temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa ser eleito", informou a Reuters.

Do mesmo modo, o clima seco em algumas regiões do Brasil também segue no radar dos investidores. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, destacou que a próxima semana será decisiva para as lavouras de milho safrinha no estado do Paraná.

"Em muitas regiões temos mais de 30 dias sem chuvas significativas. Esse cenário traz um viés negativo para essa safra. Contudo, caso as chuvas se confirmem, poderemos acompanhar uma recuperação no potencial produtivo das lavouras em algumas localidades", afirma Gervásio.

Por enquanto, o departamento mantém a projeção para a safrinha no estado em 12 milhões de toneladas. A estimativa será atualizada no início do mês de maio. Esse é um cenário que também se repete no sul de Mato Grosso do Sul e algumas regiões de São Paulo.

Bolsa de Chicago

Durante o pregão desta quinta-feira, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a testar o lado positivo da tabela. Às 12h21 (horário de Brasília), os principais vencimentos do cereal subiam entre 1,25 e 1,50 pontos. O maio/18 era cotado a US$ 3,97 por bushel, enquanto o julho/18 operava a US$ 4,06 por bushel.

Conforme reportam as agências internacionais, o foco dos investidores permanece no comportamento do clima no Meio-Oeste americano e no andamento do plantio da nova safra. "As regiões do Delta devem ter uma janela de plantio aberta e a oportunidade de correr pelas próximas duas semanas com pouca interrupção", disse Benson Quinn Commodities ao Agrimoney.com.

Em contrapartida, o clima seco no Brasil em importantes regiões produtoras também segue no radar dos traders. "As preocupações de produção no Brasil devem limitar o risco de queda para o restante da semana nos futuros de milho", destaca Terry Reilly, da Futures International.

Já as vendas semanais de milho ficaram em 1.019,9 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 26 de abril. O volume ficou ligeiramente acima do esperado pelos investidores entre 700 mil a 1 milhão de toneladas. As informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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