Milho: Focado na safra dos EUA e com influência do trigo, mercado sobe mais de 3% na semana na CBOT

Publicado em 27/04/2018 17:26

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a semana com ganhos acumulados entre 2,98% e 3,45%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (27), os vencimentos do cereal exibiram altas entre 3,25 e 3,50 pontos.

Durante o dia, os vencimentos da commodity ampliaram as valorizações. O maio/18 fechou o dia a US$ 3,89 por bushel, enquanto o julho/18 era cotado a US$ 3,98 por bushel. O setembro/18 finalizou o pregão a US$ 4,05 por bushel. "Os traders lutaram para cobrir posições vendidas antes do final de semana, o que deu firmeza aos preços do cereal", destacou a Reuters internacional.

Ao longo da semana as cotações foram influenciadas pelas fortes altas registradas nos preços futuros do trigo. Por sua vez, as cotações do cereal foram impactadas pelas especulações com o clima e os efeitos na safra norte-americana.

Contudo, a principal variável no mercado nesse momento é o comportamento do clima nos Estados Unidos e a evolução do plantio da nova safra. No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que apenas 5% da área projetada para essa temporada havia sido cultivada, abaixo do registrado em igual período do ano anterior, de 15%.

Porém, a perspectiva é que o clima melhore a partir de agora no país. "As temperaturas vão subir gradualmente nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos até o final do mês sob influência de um sistema de alta pressão", disse Ed Whalen, da Thomson Reuters Weather Research, em um relatório divulgado na quinta-feira.

O especialista ainda completa que, "as chuvas serão bastante limitadas". Cenário que deve permitir que os agricultores avancem em suas tarefas de plantio, que permanecem ainda mais lentas.

Leia mais:

>> Temperaturas mais altas dos solos e chuvas favorecem plantio nos EUA

“Dada essa notícia, é possível que possamos ver um salto considerável no progresso do plantio da semana que vem”, ou seja, nos dados semanais do USDA, divulgados na segunda-feira, disse Karl Setzer, da Cooperativa MaxYield ao Agrimoney.com.

Mercado brasileiro

Ainda conforme levantamento da equipe do Notícias Agrícolas, a semana foi marcada por ligeiras movimentações nos preços do cereal no mercado doméstico. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca caiu 9,38% e passou de R$ 32,00 para R$ 29,00.

Na região de Panambi (RS), o recuo foi de 3%, com a saca do cereal a R$ 33,00. O valor foi o mesmo registrado em Não-me-toque (RS), mas a perda ficou em 2,94%. Em Campinas (SP), a desvalorização ficou em 2,49% e a saca negociada a R$ 39,10.

Por outro lado, a saca subiu 4,05% no Porto de Paranaguá e encerrou a semana a R$ 38,50. Em Brasília, o ganho ficou 10%, com a saca a R$ 33,00. Em Campo Novo do Parecis e em Tangará da Serra, ambas praças de Mato Grosso, os ganhos ficaram em 2,13%, com a saca a R$ 24,00, e 2,00, com a saca a R$ 25,50, respectivamente.

Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a semana foi marcada por poucos negócios no mercado brasileiro. "Os grandes compradores permanecem fora das compras e temos nesse momento somente pequenos granjeiros adquirindo milho. Em contrapartida, os produtores tentam vender o produto nos atuais patamares", explica.

No geral, o sentimento do mercado é de uma boa colheita safrinha no Brasil. O consultor ainda pondera que os problemas com a estiagem nos estados do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul e algumas regiões de São Paulo são pontuais. "De modo geral teremos uma boa safra e o mercado será balizado pelas exportações", afirma o especialista.

Ainda nesta sexta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou dois leilões de vendas de estoques públicos. As operações negociaram apenas 33,18% do total ofertado, de 175,35 mil toneladas. Essa é a primeira operação do governo, que deverá contemplar até 1 milhão de toneladas do cereal.

No total, o volume negociado ficou em 58,18 mil toneladas e a sobra foi de 117,17 mil toneladas de milho.

Leia mais:

>> Milho: Com fraca demanda, leilões da Conab negociam apenas 33,18% da oferta

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,4621 na venda, com queda de 0,42%. Apesar da queda, a semana foi de ganho de 1,48%. "A semana foi de ganhos em meio aos recentes temores de que os juros nos Estados Unidos poderiam subir mais do que o esperado neste ano, com potencial para afetar o fluxo global de capitais", reportou a Reuters.

Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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