Milho: Com foco no clima e na safra americana, mercado encerra semana com leves quedas na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho acumularam ligeiras desvalorizações na semana. As principais posições da commodity recuaram entre 0,42% e 0,63%, de acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
No pregão desta sexta-feira (13), as principais posições do cereal exibiram perdas de mais de 2 pontos. O vencimento maio/18 era cotado a US$ 3,86 por bushel, enquanto o julho/18 operava a US$ 3,94 por bushel. O setembro/18 encerrou o dia a US$ 4,01 por bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações acompanharam as perdas mais fortes registradas nos preços do trigo. Por sua vez, os futuros do trigo caíram entre 8 e 9 pontos nesta sexta-feira diante da perspectiva de clima melhor nos Estados Unidos.
"A fraqueza do trigo pesou sobre os valores do milho, já que há uma correlação entre os grãos. Isso apesar das perspectivas de clima mais frio e úmido nos EUA não serem benéficas para o plantio do grão", reportou o Agrimoney.com.
Inclusive esse é o foco do mercado a partir de agora, o início do plantio da nova safra nos EUA. Projeções reportadas ao longo dessa semana indicam que a semeadura já está completa em 2% da área prevista para essa temporada no país.
"Ainda assim, o mercado está mostrando pouca preocupação com o clima no cinturão de produção de milho no país e como isso poderia afetar a semeadura esse ano", disse Karl Setzer, da MaxYield Co-operative ao Agrimoney.com.
Embora as previsões se confirmem, "qualquer reação de alta será adiada. Isso por conta da confiança na capacidade dos agricultores americanos em semear grandes áreas em um pequeno espaço de tempo", completa Setzer.
Mercado brasileiro
Já no mercado doméstico, a semana foi de ligeiras movimentações nos preços do milho, ainda conforme levantamento do Notícias Agrícolas. As praças de Luís Eduardo Magalhães (BA), Jataí e Rio Verde, ambas no estado de Goiás, subiram 6,67%, com a saca do cereal a R$ 32,00.
Em Rio do Sul (SC), a saca do grão apresentou ganho de 4,17% e terminou a semana a R$ 37,50. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 2,13% e a saca do milho a R$ 24,00. No Porto de Paranaguá, a saca subiu 1,39% e encerrou a semana a R$ 36,50.
Em contrapartida, em Brasília, a saca de milho caiu 6,06% e finalizou a sexta-feira a R$ 31,00. Na localidade de Ponta Grossa (PR), a queda ficou em 5,00%, com a saca a R$ 38,00. Em Campinas (SP), a saca recuou 2,40% e fechou a semana a R$ 40,60.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da INTL FCStone, João Macedo, destacou que "os compradores seguem com dificuldade de obter milho no mercado físico. Os produtores estão reticentes em realizar vendas por conta da incerteza em relação à safrinha".
Conforme levantamento da AgRural, a colheita de milho verão chegou a 72% da área plantada no Centro-Sul do país até a última quinta-feira (12). O número representa um avanço de 12% na semana, porém, ainda está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 78%.
Ainda nesta sexta-feira, a Safras & Mercado estimou a safra brasileira em 88,9 milhões de toneladas na temporada 2017/18. O volume representa queda de 17,6% em relação ao volume colhido no ciclo passado, de 107,9 milhões de toneladas.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: