Milho: Safra dos EUA e China seguem em pauta e mercado encerra 1ª semana de abril com ligeiras altas na CBOT
A semana foi de ligeiras altas aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As cotações acumularam valorizações entre 0,19% e 0,24%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Ja nesta sexta-feira (6), os vencimentos do cereal exibiram quedas entre 0,75 e 1,25 pontos.
O contrato maio/18 encerrou o dia a US$ 3,88 por bushel. Já o julho/18 era cotado a US$ 3,97 por bushel e o setembro/18 finalizou a sexta-feira a US$ 4,04 por bushel. O dezembro/18 terminou a semana negociado a US$ 4,12 por bushel.
Apesar das atenções dos participantes do mercado estarem voltadas ao planejamento da nova safra americana, a informação de que a China taxou em 25% a importação do milho dos EUA impactou os negócios essa semana. As cotações do cereal apresentaram perdas consideráveis no meio da semana.
"Bem, a potencial guerra comercial entre os EUA e a China parece estar esquentando de novo. Essa notícia assustou os preços dos grãos nos EUA e os mercados de ações. Os comerciantes temem que uma guerra total esteja no horizonte”, informou a Kluis Commodities.
Kluis ainda acrescenta: "Se, de fato, a China impuser tarifas de importação sobre os grãos dos EUA, isso será o início de um profundo deslizamento de terra para os preços do milho, da soja e do trigo".
Paralelamente, no caso da safra americana, a projeção é de uma redução na área semeada com o grão na próxima temporada, para 35,61 milhões de hectares. Inclusive, também já há no mercado especulações sobre o comportamento do clima no momento do plantio.
Além disso, as agências internacionais já destacam que os participantes do mercado se preparam para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). As informações serão reportadas na próxima semana.
Ainda nesta sexta-feira, o USDA reportou a venda de 100 mil toneladas de milho ao Egito. O volume negociado deverá ser entregue no ciclo 2017/18.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, no mercado brasileiro, a semana foi de ligeiras valorizações aos preços do milho. No Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 5,88% e encerrou a sexta-feira a R$ 36,00. No Oeste da Bahia, o ganho foi de 5,26%, com a saca a R$ 30,00.
Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a valorização semanal ficou em 3,23%, com a saca do cereal a R$ 32,00. Em Palma Sola (SC), o ganho foi de 3,03% e a saca a R$ 34,00. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a saca subiu 2,17% e finalizou a sexta-feira a R$ 23,50.
Na contramão desse cenário, os preços recuaram 3,23% no Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, e a saca encerrou o dia a R$ 30,00. Em Brasília, a queda foi de 2,94%, e a saca encerrou o dia a R$ 33,00. As informações fazem parte do levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Os analistas reforçam que as cotações do cereal voltaram a mostrar firmeza devido à postura retraída dos produtores. Diante da recente movimentação nos preços e prêmios da soja, os agricultores têm dado preferência para a comercialização da oleaginosa. Por outro lado, os compradores têm voltado ao mercado aos poucos e forçados a pagar mais. O consumo dos estoques já preocupa o outro lado da cadeia.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,3681 na venda, com ganho de 0,78%. O câmbio fechou no maior patamar desde 18 de maio de 2017, quando tocou o nível de R$ 3,3890.
"O câmbio seguiu o movimento do cenário externo em meio a tensões renovadas de eventual guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os investidores também cautelosos com o processo eleitoral no Brasil", reportou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: