Milho: Com tarifa de importação imposta pela China, mercado recua mais de 7 pts nesta 4ª na CBOT

Publicado em 04/04/2018 17:41

O pregão desta quarta-feira (4) foi de forte queda aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Os principais contratos da commodity reduziram as perdas durante o dia, mas encerraram a sessão com desvalorizações de mais de 7 pontos. O contrato maio/18 era cotado a US$ 3,81 por bushel e o julho/18 trabalhava a US$ 3,89 por bushel.

"Os preços futuros caíram nesta quarta-feira depois que a China anunciou tarifas contra soja, milho, carne bovina e outros produtos americanos para retaliar as tarifas planejadas do governo Trump sobre as exportações chinesas", informou a Reuters internacional.

A tarifa de 25% foi anunciada pela nação asiática nesta quarta-feira. Entretanto, ainda não foi estabelecida uma data em que as medidas entrarão em vigor.

"A grande reação está na soja porque o impacto comercial é o maior, com 35 milhões de toneladas do grão importada pela China", disse Michel Portier, chefe da consultoria Agritel, em entrevista a Reuters internacional. Os futuros da oleaginosa caíram mais de 22 pontos nesta quarta-feira.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destacou que as cotações foram pressionadas pela forte desvalorização registrada na soja. E quando uma commodity apresenta uma movimentação expressiva acaba afetando as outras commodities também.

"A China não compra milho dos EUA. A nação asiática tem se abastecido nos últimos anos com a oferta da Ucrânia. A demanda chinesa irá crescer muito nos próximos anos, mas com milho brasileiro", explica Brandalizze.

Atualmente, as exportações americanas superam 50 milhões de toneladas do cereal. Porém, o país já tem compradores específicos como Japão, México e Coreia do Sul, que correspondem 40 milhões de toneladas do cereal.

"Esse cenário pode contribuir para o Brasil avançar nas exportações. Estamos embarcando em torno de 30 a 32 milhões de toneladas, mas temos espaço para chegar a 40 a 50 milhões de toneladas. Nos próximos 3 a 4 anos deveremos ser o maior exportador de milho", reforça o consultor de mercado.

Mercado interno

De acordo com levantamento realizado diariamente pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a quarta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do milho no mercado doméstico. Em Brasília, a saca caiu 5,71% e encerrou o dia a R$ 33,00.

No Oeste da Bahia, a queda ficou em 3,23%, com a saca a R$ 30,00 nesta quarta-feira. No Paraná, em Castro, a desvalorização foi de 2,50%, com a saca a R$ 39,00. Ainda no estado, em Londrina, a perda ficou em 1,61%, com a saca a R$ 30,50.

Por outro lado, a saca subiu 4,17% e terminou o dia em R$ 25,00 na região de Tangará da Serra (MT). Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 2,17%, com a saca a R$ 23,50. No Porto de Paranaguá, a saca futura fechou o dia estável em R$ 34,00.

Os analistas ainda reforçam que os compradores permanecem fora das compras, enquanto os vendedores seguem retraídos. O cenário tem deixado os negócios lentos. Paralelamente, a colheita da primeira safra e o desenvolvimento da safrinha continuam no radar dos investidores.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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