De olho nas novas projeções para a safra dos EUA, milho encerra 5ª feira com ligeiras altas na CBOT
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho testaram ligeiras valorizações na Bolsa de Chicago (CBOT). Após trabalhar dos dois lados da tabela, as principais posições da commodity fecharam a quinta-feira (22) com ganhos entre 0,75 e 1,00 pontos. O março/18 era cotado a US$ 3,66 por bushel e o maio/18 era negociado a US$ 3,74 por bushel.
De acordo com informações da agência Reuters internacional, os mercados, de soja e milho, operaram de maneira técnica, à medida que os investidores aguardavam as estimativas de oferta e demanda do Outlook Fórum, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A projeção é que os produtores cultivem 36,42 milhões de hectares com o grão e também com a soja no país.
Se confirmada a estimativa, seria a primeira vez que o milho deixaria de ser a safra dominante nos EUA desde 1983. O número ficou ligeiramente acima do semeada na safra passada, de 36,46 milhões de hectares.
Leia mais:
>> USDA estima áreas menores de soja e milho nos EUA na safra 2018/19
Outra variável que segue no radar dos participantes do mercado é a questão climática na Argentina. Depois de um longo período com tempo seco, as lavouras de milho já apresentam perdas consolidadas e as projeções indicam uma safra menor nesta temporada.
"Uma melhor precipitação poderia ajudar as lavouras de soja tardias na Argentina, mas essas chuvas seriam muito atrasadas para uma grande parcela da cultura do milho", afirmou Benson Quinn Commodities ao Agrimoney.com.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduziu a safra de milho de 39 milhões para 37 milhões de toneladas nesta quinta-feira. "As áreas do cereal transitam um período de definição de rendimento sob reservas hídricas regulares em parte do país, fator que faz com que as expectativas para o rendimento sejam menores", reportou a entidade.
Ainda hoje, o USDA reportou a venda de 130 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da campanha 2017/18.
Mercado brasileiro
Na BM&F Bovespa, as principais posições do cereal encerraram o dia em campo negativo. As principais posições do cereal recuaram entre 0,30% e 0,65%. O março/18 era cotado a R$ 36,25 a saca e o maio/18 trabalhava a R$ 35,16 a saca.
O mercado exibiu um movimento de correção técnica após subir nos últimos seis pregões. A colheita da safra de verão ainda segue lenta nas principais regiões produtoras e, diante da melhora nos preços da soja, os agricultores têm preferido negociar a oleaginosa. No estado de Goiás, o preço da soja disponível subiu 6% desde o início de fevereiro. A saca é cotada ao redor de R$ 65,00.
As incertezas da segunda safra de milho no Brasil também são observadas pelos participantes do mercado. É consenso entre os especialistas que parte da safra será cultivada fora da janela ideal, devido ao atraso na soja. Cenário que deixará a safrinha mais exposta ao risco climático.
Já no mercado doméstico, a quinta-feira foi de ligeiras altas nas principais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Sorriso (MT), o preço subiu 7,69%, com a saca a R$ 14,00. Na região de Assis (SP), a alta ficou em 3,57%, com a saca a R$ 29,00.
No Paraná, na região de Ubiratã, a saca registrou valorização de 2,17% e encerrou o dia a R$ 23,50. Em Campo Novo do Parecis (MT), o ganho foi de 2,56%, com a saca a R$ 20,00. No Oeste da Bahia, a saca subiu 1,92% e encerrou o dia a R$ 26,50.
Dólar
A moeda norte-americana caiu 0,40% nesta quinta-feira e encerrou a sessão a R$ 3,2486 na venda. Segundo dados da Reuters, o câmbio recuou com ingresso de recursos do país e acompanhando a movimentação no exterior, em uma dia em que o Federal Reserve, banco central americano, sinalizou que irá elevar a taxa de juros esse ano, porém, sem surpresas.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira: