Com início de mais um plantio de milho safrinha é hora de pensar no manejo da adubação
Grande parte dos produtores e consultores técnicos correlacionam os maiores e os menores rendimentos de soja e de milho safrinha, obtidos no campo, com o nível de adubação realizada. Muitos profissionais da área técnica também apontam que as tabelas de recomendação de adubação estão subestimadas para a obtenção de altas produtividades, considerando as cultivares de soja e os híbridos de milho atuais. Ou seja, segundo esses profissionais, há necessidade de maiores níveis de adubação (acima da recomendada) para a obtenção de produtividades satisfatórias, nos dias atuais.
Com o início de mais uma safra de milho safrinha no País, é necessária atenção para o manejo correto da adubação. E com o objetivo de entender se as produtividades de soja e milho segunda safra estão exclusivamente relacionadas com os níveis de adubação, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, desenvolve, há cinco anos, o experimento ‘manejo da adubação no sistema soja/milho safrinha’. O trabalho é conduzido na área experimental da instituição em Nova Mutum (MT), no chamado CAD Médio Norte (Centro de Aprendizagem e Difusão).
Fábio Ono, pesquisador da Fundação MT, do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA), explica que, diante dos dados colhidos até o momento, o experimento mostra que o nível de adubação ideal para as maiores produtividades do sistema soja/milho safrinha tem sido, praticamente, a adubação recomendada por meio das tabelas dos órgãos de pesquisas, ou seja, o estudo não comprovou que, para a obtenção das maiores produtividades há necessidade de adubação além da recomendada.
O especialista destaca também mais um dado importante da pesquisa. O de que subadubações consecutivas (aplicação de fertilizantes abaixo da dose recomendada) na cultura do milho safrinha, ao longo dos anos, tem mostrado menor produtividade da cultura. Além disso, a prática reflete em menor produtividade da cultura da próxima safra de soja, o “carro-chefe” do sistema soja/milho safrinha. “Não é apenas o milho que deixa de ter uma produtividade satisfatória, mas também a cultura posterior. O que temos de certo com o experimento é que a quantidade de nutrientes a ser aplicada sempre deve considerar o sistema como um todo, neste caso soja/milho safrinha”, pontua.
O trabalho tem sido apresentado pelo pesquisador Fábio Ono e pelo engenheiro agrônomo Francisco Cunha no Fundação MT em Campo 1ª e 2ª safra desde 2015. Produtores, técnicos, consultores e estudantes podem ver e debater este e outros ensaios envolvendo o sistema soja/milho safrinha durante os dias de campo da Fundação MT.