Com andamento da colheita nos EUA e chuvas no Brasil, milho recua quase 1% nesta 2ª feira na CBOT
O início da semana foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo do pregão desta segunda-feira (2) e finalizaram o dia com quedas de mais de 3 pontos e desvalorização de quase 1%. O dezembro/17 operava a US$ 3,51 por bushel e o março/18 a US$ 3,64 por bushel.
Conforme informações do analista de grãos da Kluis Commodities, Corey Bratland, "os mercados de grãos estão sentindo a pressão da colheita nos EUA". No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim de acompanhamento de safras.
Até o último domingo, em torno de 17% da área plantada nesta temporada já havia sido colhida. Na semana anterior, o número estava em 11% e no mesmo período do ano passado, o percentual colhido era de 23%. Já a média dos últimos anos é de 26%, ainda segundo dados do departamento americano.
O mercado ainda foi pressionado pela queda mais forte registrada nos preços da soja. A oleaginosa, por sua vez, encerrou a sessão com perdas de mais de 10 pontos pressionada pelo andamento da colheita nos Estados Unidos e também pelas chuvas se confirmando em importantes regiões de produção no Brasil.
Do lado positivo, o USDA reportou a venda de 597,464 mil toneladas de milho para o México. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da campanha 2017/18. Já os embarques semanais ficaram em 782,346 mil toneladas, na semana encerrada no dia 28 de setembro.
O volume ficou dentro das apostas dos participantes do mercado, entre 690 mil a 890 mil toneladas. No acumulado da temporada, o país já embarcou 2.928,252 milhões de toneladas do cereal, quantidade abaixo do registrado em igual período do ano anterior, de 5,7 milhões de toneladas.
Mercado interno
A segunda-feira (2) foi de ligeiras movimentações aos preços do milho praticados no mercado doméstico. De acordo com levantamento diário realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Sorriso (MT), o preço caiu 14,29%, com a saca a R$ 12,00. Em Campo Grande (MS), a perda ficou em 4,88% e a saca cotada a R$ 19,50.
Já em Londrina (PR), a saca do cereal finalizou o dia a R$ 20,50, com desvalorização de 4,65%. Na região de Campinas (SP), a queda foi de 1,66% e a saca a R$ 29,60. Por outro lado, em Ponta Grossa (PR), a alta foi de 2,00%, com a saca a R$ 25,50. Ainda no Paraná, em Castro, o ganho foi de 1,85% e a saca a R$ 27,50.
Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca subiu 1,82% e finalizou o dia a R$ 28,00. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca futura a R$ 29,00.
Segundo dados do Cepea, reportados nesta segunda-feira, as cotações do cereal perderam força na última semana de setembro. "Esse cenário está atrelado à maior oferta do cereal na última semana de setembro, já que, com os preços em bons patamares durante o mês, vendedores estiveram mais interessados em negociar, elevando o volume disponível", destacou a entidade.
Paralelamente, a perspectiva de melhores chuvas nos próximos dias reduziu as especulações quanto a um possível risco climático para a temporada 2017/18. O que também "pressionou os valores", ainda conforme levantamento do Cepea.
A Climatempo reportou nesta segunda-feira que, as chuvas no último final de semana contribuíram para a umidade no solo. "No caso do milho 1ª safra, a ausência de chuvas durante o mês de setembro, ocasionou a total paralisação do plantio e até mesmo, perdas naquelas lavouras que foram semeadas no início de setembro. Mas agora, com o encurtamento da janela e os produtores optando pelo plantio da soja, a tendência é que esse percentual seja maior", informou a Climatempo.
Exportações
Em setembro, as exportações de milho do Brasil somaram 5,91 milhões de toneladas, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira: