Milho CBOT: enquanto aguarda reação via demanda, mercado não tem interesse em ser comprador
Sem motivações fortes de compra à vista, ao menos no curto prazo, o milho fechou outro dia em baixa nesta quarta (30) na Bolsa de Chicago (CBOT). Os agentes estão em posições curtas em outros investimentos e não trocarão de ativos, comprando os futuros do cereal, até que alguma informação quente apareça, conforme se deduz de várias análises.
E as quedas neste pregão ganharam pouco mais de fôlego, variando de 4 a 3,25 pontos, o setembro e dezembro, com as cotações sendo empurradas para a sessão desta quinta em US$ 3,29 e US$ 3,45, respectivamente.
Informe da Benson Quinn Commodities, relatado em Agrimoney, aponta uma expectativa para daqui uma semana, quando forem divulgados os dados de produção das destilarias de etanol. A corretora acredita que serão maiores, portanto com esvaziamento de estoques de milho e, consequentemente, maior demanda pela matéria-prima.
Ou seja, a novidade esperada pode ser a ponta da demanda, puxando alguma reação, como também tem alinhado a Kluis Commodities.
Enquanto esse fator ou outro não se concretiza, Jack Scoville, analista sênior de mercado do Price Futures Group, igualmente é outro que não vê motivos para o mercado virar para comprador.
Enquanto os estoque são levados adiante, não haverá interesse de compra por parte dos investidores. Daí que a demanda do milho remanescente pode revitalizar os preços dos futuros.
Bolsa brasileira
O dólar pouco mais fraco – 0,10%, a R$ 3,16 – e expectativas de exportações que não se concretizaram – como era esperado pelos traders na primeira parte dos negócios desta quarta – fizeram o setembro na BM& Bovespa virar para o negativo ao fechamento em 0,48%. A saca ficou cotada a R$ 27,20. O aumento do recuo em Chicago também influiu em um mercado que procura por referências.
Já o contrato de novembro permaneceu em positivo, também ligeiramente, em 0,21%, a R$ 28,90.
Mercado disponível
A cena se repete há dias nas principais praças. Com poucos negócios no físico - especialmente porque a crise da pecuária e o confinamento fraco no primeiro semestre tiraram as indústrias de rações das compras de milho – e o compradores aguardando as exportações, a saca não sai de lugar.
A variação foi zero em todas as principais praças e o milho disponível permaneceu com as mesmas cotações da terça, que nada mudaram também sobre a segunda.
Exemplos de Cascavel (R$ 18,00), Londrina (R$ 17,50), Ubiratã (R$ 18,), Primavera do Leste (R$ 15,00), Rondonópolis (R$ 16,20) e Sorriso (R$ 11,00).
Já em Mato Grosso do Sul, em São Gabriel do Oeste, a boa oferta da safrinha mais tardia e a baixa demanda fizeram os preços encostarem na saca do Mato Grosso. A cotação lá ficou em R$ 16,00.